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Mês: março 2006

As mulheres vêm conquistando o seu espaço no mercado de trabalho, mas o preconceito ainda existe nas organizações.

elasAlguns defendem que não, mas as mulheres ainda sofrem preconceito no trabalho. Uma prova disto é que, das 500 maiores empresas brasileiras, 58% não contém nenhuma mulher na direção. Olhando os números mais proximamente, percebe-se que do total dos cargos executivos dessas empresas, apenas 9% são ocupados por mulheres, embora elas representem 35% do conjunto de funcionários. Por fim, somente 0,1% desses cargos têm mulheres negras e apenas 3% das empresas entrevistadas possui políticas de igualdade de gêneros.

Conquistas femininas como os direitos humanos e a diminuição da violência doméstica foram importantes, mas não se pode esquecer que as diferenças salariais demonstram uma face deste preconceito que ninguém quer assumir. Um recém-publicado estudo da Unifem (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) revelou que o salário da brasileira é, em média, 30% inferior ao do homem. Diferença que chega a 61% se a mulher for negra.

Por outro lado, as mulheres também têm muito para comemorar. Dados recentes do IBGE indicam que elas chegam mais rápido a cargos de gerência (36 anos em média contra os mais de 40 anos da gente), respondem por 45% das vagas ocupadas no mercado formal e representam 63% dos concluintes de curso superior no país.

Aliás, este último dado merece destaque. As mulheres já possuem escolaridade maior que os homens em muitas profissões, inclusive em carreiras que antigamente tinham uma expressiva predominância de profissionais masculinos. O número de engenheiras, por exemplo, aumentou 67% nos últimos doze anos e 47% dos administradores de empresas são do sexo feminino. O mesmo ocorre nos cursos de pós-graduação onde elas representam maioria absoluta nas salas de aula.

Outro ponto que deve ser ressaltado é que as mulheres têm decisão de compra e as empresas precisam saber o que elas pensam. Mas como as organizações estão descobrindo o que passa em suas cabeças? Com a política de contratar mulheres para liderança de processos estratégicos de criação de novos produtos e serviços, por exemplo. Oitenta e dois por cento dos veículos são comprados somente após o aval de uma mulher e, conseqüentemente, dispositivos como espelhos e porta-batom agora são itens obrigatórios nos lançamentos das montadoras brasileiras. Ao invés de potência e durabilidade, hoje se fala muito em design e economia, necessidades também suscitadas por elas.

Fora tudo isto, dentre as competências mais valorizadas, muitas são genuinamente femininas. A intuição, também chamada de “6º sentido da mulher”, é fundamental na tomada de decisões e já se comprovou cientificamente que os homens não são tão intuitivos assim. Outra competência, a flexibilidade, é desenvolvida pelas meninas desde a infância enquanto que os meninos são ensinados a fazer uma coisa de cada vez e, quando adultos, continuar a repetir igual comportamento.

É claro que a sociedade precisa vencer o preconceito que ainda recai sobre a mulher trabalhadora no Brasil, mas a dedicação, entusiasmo e competência estão compensando o atraso cultural ainda existente. Tanto que torço apenas para que dentro de alguns anos não tenhamos que recorrer a um sistema de quotas para garantir o acesso do homem aos bons postos de trabalho.

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