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Mês: outubro 2007

O resultado final da temporada 2007 da Fórmula 1 revela várias lições sobre ‘Trabalho em EUquipe’.

equipe“A McLaren fez de tudo para perder o Mundial’. Esta frase de Flavio Briatore, responsável técnico da escuderia Renaut, resume o sentimento que muitos telespectadores tiveram ao conferirem a última prova da temporada 2007 da Fórmula 1 disputada no Brasil. Além disto, traz uma série de ensinamentos para todos aqueles que querem entender um pouco mais sobre trabalho em equipe.

Segundo a literatura, equipe é um conjunto de pessoas com objetivos comuns atuando no cumprimento de metas específicas. Até aí tudo bem, mas qual foi objetivo comum dos pilotos da McLaren? Chegar à frente do outro oponente (e não companheiro) da escuderia e, se isto não fosse possível, pelo menos fazer de tudo para impedi-lo de vencer o campeonato. Daí a alegria de Alonso no pódio de Interlagos, consciente de que seu terceiro título mundial havia escapado por apenas um mísero ponto, mas feliz por saber que Lewis Hamilton também não o havia conquistado.

Entretanto, porque o líder de uma equipe tão rica não agiu rapidamente para que este vexame pudesse ser evitado? Porque ele era o maior incentivador da destrutiva briga interna entre os pilotos. Por exemplo, logo após o GP da China, penúltima prova do campeonato, chegou a afirmar: “Não lutávamos contra Kimi Raikkonen e sim contra Alonso. Uma vitória de Kimi e um segundo lugar de Lewis (na China) teria sido um resultado perfeito’, enfatizou Ron Dennis. Para Fernando Alonso, piloto bicampeão do mundo, deve ter sido um duro golpe saber que o condutor da equipe o percebia como “o” inimigo a ser vencido.

Quanta contradição! Quem mais poderia acalmar os ânimos exaltados era quem alimentava a competitividade interna ao demonstrar suas preferências publicamente, grave erro cometido por líderes que não avaliam a importância de suas palavras e o reflexo que elas têm em relação aos demais colaboradores.

Esta é uma estupenda lição de trabalho em EUquipe e o resultado final demonstrou que os pilotos da McLaren perderam porque preferiram consumir energia com brigas internas ao invés de focalizarem a conquista conjunta do campeonato. Simplesmente não havia a equipe McLaren, mas o “Time do Alonso” e o “Time do Hamilton”.

Atitude bem diferente da equipe Ferrari, onde os dois pilotos tinham um objetivo comum (conquistar o campeonato) e, para isto, Felipe Massa foi capaz de ceder uma fácil vitória para que seu companheiro conquistasse o título e ainda tratou de garantir o segundo lugar no pódio, posição indispensável para que o plano perfeito pudesse se concretizar.

Quando as pessoas não lutam por um objetivo comum mais valioso do que os objetivos individuais que possuem não há espaço para a satisfação por conquistas coletivas. Pode parecer piegas, mas doação também é uma palavra que deve fazer parte do dia-a-dia de quem atua numa equipe e Massa não entregou a vitória, mas jogou para o time.

Algumas equipes perdem para elas mesmas. Não porque os concorrentes estão fortes ou porque não conseguem se adaptar tecnologicamente àquilo que os clientes necessitam, mas porque possuem tantos conflitos internos negativos que lhes faltam forças para as verdadeiras batalhas que precisam travar nos mercados onde atuam.

Além de tudo, histórias como estas também ajudam a explicar a diferença entre grandes pilotos e lendas do esporte como Ayrton Senna, que certa vez afirmou: ‘Eu sou parte de uma equipe. Então, quando venço, não sou eu apenas quem vence. De certa forma, termino o trabalho de um grupo enorme de pessoas”.

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