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Mês: junho 2012

Quando o trabalho passa a ter significância os indivíduos são capazes de se comprometer de corpo e alma, pouco importando o esforço que terão de despender para que a empresa atinja as metas.

opção-intraempreendedorismoO povo brasileiro é altamente empreendedor e os últimos números oficiais reforçam isto. Segundo o Banco Mundial, anualmente são criadas, em média, 316 mil novas empresas no país, montante superado apenas pelos EUA e o Reino Unido. E o principal: a abertura de grande parte destes negócios agora ocorre muito mais por causa das oportunidades que as pessoas estão visualizando do que em decorrência da escassez de empregos no mercado formal.

No entanto, não podemos esquecer que a taxa de mortalidade destas empresas nascentes ainda é alta, especialmente porque muitos que têm vontade de empreender não possuem a competência necessária para gerir um negócio próprio. Pessoas que detém um talento ímpar para fazer alguma coisa, têm coragem de sobra, creem firmemente em suas ideias, mas que naufragam pelos mais diversos motivos.

Na linguagem futebolística seria algo, como: gente que consegue mostrar sua capacidade quando conta com uma estrutura na qual há um time afinado atuando como suporte nos bastidores, porém passa por dificuldades consideráveis ao ter de jogar em diferentes posições.

E é aí que entra o intraempreendedorismo. Caminho para todos aqueles que querem realizar os projetos pessoais sem comprometer ou arriscar o patrimônio familiar construído até então, ele pode ser extremamente satisfatório tanto para as pessoas quanto para as organizações.

Carlos Brito, presidente da AB InBev, por exemplo, foi entrevistado pela revista Exame algum tempo atrás e suas palavras revelam o esforço interno que opera para estabelecer uma cultura de intraempreendedorismo no qual os melhores sintam-se estimulados a permanecer.

“A gente aqui não quer ‘executivo’ nem ‘profissional’. Executivo é aquele que vem, fica dois, três anos e vai embora, sem ser afetado pelos resultados de suas decisões. A gente quer dono, que fique dez anos e veja as consequências das medidas que ele tomou lá atrás. É a diferença entre dirigir seu próprio carro e um carro alugado. Se o carro não é seu, mesmo inconscientemente, você dirige com menos cuidado – se der problema você devolve na agência. Nosso fracasso é ter um cara que depois de trabalhar dez, vinte anos aqui, diz que quer sair para fazer seu próprio negócio. Aí deu errado, porque ele deveria achar que esse aqui é o negócio dele.”

Contudo, como identificar quem possui este perfil? Funcionário com cabeça de dono geralmente é aquela pessoa que defende a companhia, mesmo quando alguma discussão boba surge no churrasco entre amigos. Quem não desperdiça um clips de papel, desliga o monitor do seu PC quando sai para o almoço, usa o verso da folha de sulfite como rascunho e que, ao implicar com o detalhe do detalhe e falar aquilo que pensa sem maiores filtros, também é reconhecido como chato.

E o que você pode fazer para que seus funcionários também se sintam donos do negócio?

Primeiramente, dê uma causa às pessoas. Quando o trabalho passa a ter significância os indivíduos são capazes de se comprometer de corpo e alma, pouco importando o esforço que terão de despender para que a companhia atinja suas metas.

Também é imprescindível conferir autonomia com responsabilidade. Pessoas comprometidas começam a se desmotivar quando não possuem “espaço” para fazerem acontecer e, ao mesmo tempo, alcançam resultados extraordinários ao saberem que o sucesso ou insucesso depende de suas decisões.

E, por fim, reparta o ônus e o bônus. Comece a remunerá-las pelo desempenho e não apenas pelo tempo que dispensam com o trabalho, já que assim elas buscarão diariamente novas formas de fazerem melhor o seu trabalho.

Conheço muitas pessoas que são grandes empreendedores mesmo sem terem empresa alguma em seu nome. Elas aprenderam que é possível chamar a empresa onde trabalham de “sua” porque os proprietários jurídicos também os veem como donos.

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