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Nova ‘Terceira Idade’ brasileira

1 de outubro, Dia Internacional do Idoso

terceira-idade Uma jovem senhora de 40 anos nos dias atuais era a ‘vovó’ de poucos anos atrás. Afinal, o que mudou e como será o futuro da nova Terceira Idade do século XXI?

Com toda a elegância da palavra, o Brasil está cada vez mais “experiente”. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2060 o número de idosos no país irá quadruplicar. Atualmente são 14,9 milhões, com previsão de 58,4 milhões em 50 anos. E com o avanço da medicina, da tecnologia, mudanças culturais e de hábitos voltados à promoção da saúde, a expectativa de vida do brasileiro ultrapassa 73 anos de idade.

Outro fator que chama a atenção é a longevidade das mulheres. Uma publicação da BBC (British Broadcasting Corporation), de maio deste ano, traz um estudo japonês que atribui ao sistema imunológico feminino a causa de viverem mais: nelas, as modificações acontecem mais lentamente com o passar dos anos, diferente do que ocorre com os homens. A pesquisa da Universidade Médica e Odontológica de Tóquio aponta que o sistema imunológico protege o corpo de infecções, mas também está associado ao surgimento de doenças, caso não esteja ‘funcionando corretamente’. Uma equipe de cientistas analisou amostras de sangue de 356 homens e mulheres saudáveis, com idades entre 20 e 90 anos, e constatou que a queda dos linfócitos T e B, dois tipos de leucócitos, é mais rápida nos homens.

terceira-idade-2Sexo “frágil” à parte, não estamos falando de pessoas velhas, cansadas e doentes. Ao contrário! Considerando os dados do IBGE, de que as pessoas que estão ingressando no mercado de trabalho agora viverão, em média, até os 81 anos de idade, os idosos do futuro irão se aposentar, mas não irão parar. Já é notório que muitos deles têm aproveitado esta fase da vida para viajar e curtir, mas muitos outros têm voltado às salas de aula e após o “término” da carreira, partem para a realização de antigos sonhos, como o de ter um negócio próprio, por exemplo.

Assim, mais de 4,5 milhões de aposentados continuam no mercado de trabalho. Dentre os principais motivos, destacam-se: a necessidade de complementação da renda familiar, em que a maioria dos chefes de família é idosa; a satisfação no que faz; o desejo de ser útil e sentir-se produtivo. Neste contexto, as empresas brasileiras já começam a abrir espaço para este “novo trabalhador”, seja pela escassez da mão-de-obra jovem em alguns segmentos ou mesmo pelo perfil paciencioso e pela maturidade da terceira idade em determinadas funções, como o atendimento ao público ou ainda em atividades cuja ascensão é morosa ou inexistente. “Os jovens são imediatistas e querem crescer o mais rápido possível. Então, imaginam que no primeiro emprego terão ótimos salários e chegarão aos cargos estratégicos quase que instantaneamente. Mas a (dura) realidade logo vem à tona e a frustração, consequentemente”, relata Wellington Moreira, consultor empresarial.

As organizações que mais têm contratado idosos são àquelas que oferecem serviços administrativos (escritórios), supermercados, call centers e outros, que demandam atendimento ao público ou atividades auxiliares que não exigem muito esforço físico.
Uma pesquisa da Fecomércio MG, em Belo Horizonte, ouviu empresários de vários segmentos do comércio e concluiu que os supermercados e hipermercados são as empresas que mais empregam pessoas acima dos 65 anos de idade, representando 28,6%. Na sequência estão as óticas, lojas de calçados, vestuário e o segmento de cama, mesa e banho, somando 14,3% das respostas.

wellington-idoso Para o consultor empresarial, diferente dos profissionais mais “madurinhos”, que permanecem em seus cargos, os mais novos têm o ímpeto de buscarem outras oportunidades e trocam de empresa com mais facilidade. Outra característica que evidencia a mudança de valores e de comportamento dessas gerações é a lealdade: “os mais velhos são muito ligados às instituições em que trabalham e às funções que exercem”, diz Wellington.
Como o desafio para o futuro não é “viver mais”, mas sim “viver melhor”, com saúde e qualidade, inúmeros estudos indicam que a ociosidade contribui para o surgimento de doenças, sobretudo às emocionais.
Em seu artigo “O trabalhador pós-aposentadoria”, Wellington Moreira diz não ser recomendado que o profissional aposentado mantenha o mesmo ritmo dos anos anteriores, entretanto, é válido conservar uma mínima rotina de trabalho que o permita consolidar seu legado e o sustento ativo. “Veja o caso da Bosch. A subsidiária brasileira da empresa alemã criou uma firma de consultoria na qual seus profissionais aposentados são convidados a prestar serviços para a própria companhia em projetos pontuais a fim de compartilharem o conhecimento que acumularam. Uma ideia já implantada com sucesso em países europeus e que tem tudo para dar certo também por aqui. Na sociedade do conhecimento cada vez menos encontraremos pessoas que aposentarão suas carreiras. Em vez disto, quando chegarem à maturidade, adotarão novos modelos para a entrega de suas competências.”, afirma o consultor.

Fontes:
www.jornaltudobh.com.br/minas/atendentes-idosos-sao-mais-atenciosos/
www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/08/130829_demografia_ibge_populacao_brasil_lgb.shtml
www.caputconsultoria.com.br/artigos/273-o-trabalho-posaposentadoria

Sugestão para entrevista: Wellington Moreira é palestrante e consultor empresarial da Caput Consultoria. É professor universitário em cursos de graduação, mestre em Administração de Empesas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é especialista em Comunicação Empresarial. É autor de três livros publicados, entre eles “O Gerente Intermediário” (Ed. Qualitymark, 2010), que já se tornou uma das principais referências de estudos para quem assume a primeira posição de liderança numa empresa. Também é membro do Instituto Brasileiro de Consultores Organizacionais (IBCO) e colunista de jornais e portais na internet.
Caso necessitem, posso indicar personagens da Terceira Idade que estão cursando a Faculdade, ou mesmo trabalhando após aposentados.
Artigo relacionado: www.caputconsultoria.com.br/artigos/273-o-trabalho-posaposentadoria

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