A primeira metade do ano já se foi e não é incomum escutarmos algumas lamentações por estes dias: “O tempo passou como um foguete e não fiz quase nada de especial até agora!” Ou então: “Infelizmente, fiquei preso naquele monte de coisas pouco importantes e deixei as cruciais de lado”. Ou pior ainda: “Não tem problema! No ano que vem eu começo tudo de novo!”

As pessoas que têm o saudável hábito de definir metas em janeiro, com a intenção de realizá-las durante os meses seguintes, precisam tomar o cuidado de prevê-las em sua rotina. Ninguém progride quando define o que quer, mas guarda tudo num papel dentro da gaveta esperando que as coisas simplesmente aconteçam.

Definir as metas

Veja o caso do Joaquim. Em janeiro ele estabeleceu metas para o ano nos quatro principais campos de sua vida: pessoal, profissional, familiar e financeiro. Inclusive, teve o cuidado de ser bastante específico sobre cada objetivo e determinou a data-limite para alcançá-los, contudo pouco avançou até agora. E por quê? Ele não se preocupou em responder à pergunta-chave: “O que preciso fazer no dia a dia para estar mais próximo da linha de chegada?”

Tenho percebido que muitas pessoas fixam belas metas para si, mas esquecem de destrinchar as fases intermediárias ou passos que precisam ser cumpridos até alcançarem seus alvos. E a receita do fracasso neste caso é clara: invista pouco tempo na descrição do seu plano de trabalho, não avalie os possíveis gargalos, deixe de gerenciar o tempo que lhe resta e o resultado final será desastroso.

Nas organizações, acontece exatamente a mesma coisa em projetos corporativos. É por isso que alguns deles nunca saem do papel, ainda que as pessoas aparentassem um comprometimento ímpar no momento em que se reuniram para traçá-los.

Pontos de verificação

Quando você estabelece uma meta e mapeia o que precisa fazer para que as coisas avancem, também é importante instituir aquilo que chamamos de “pontos de verificação”. Marcos de tempo nos quais você para e avalia o quanto avançou em direção aos seus objetivos, promove mudanças e/ou retoma o foco, se necessário. Ou seja, a hora em que faz um balanço geral.

Na prática, se você tem uma meta X que exigirá um grande esforço e muitos meses de trabalho até alcançar o que quer, procure descrever no papel as tarefas que, se executadas ao longo das próximas semanas, sinalizarão seu progresso. O que deve ser feito agora em julho? E em agosto e setembro? O que necessita estar pronto até novembro a fim de que em 15 de dezembro – sua data-limite, por exemplo – seja possível comemorar o sucesso da empreitada!

Segundo ele, durante longos 2.555 dias – exatos sete anos – trabalhou nada menos do que a média de treze horas diárias para escrever sua obra-prima, sem ter a mínima ideia se as pessoas gostariam ou não do produto final. Mas, o que realmente chamou a minha atenção foi a forma como ele detalhou a importância dos pontos de verificação durante este período intenso de trabalho. “Sem eles, eu certamente teria desistido no meio do caminho”, disse.

Vá além da empolgação

A verdade é que, para fazer grandes coisas, precisamos muito mais do que uma empolgação passageira – tão comum no fim de dezembro ou início de janeiro. E, além disso, ao criar algumas paradas estratégicas, nossos alvos adquirem consistência e descobrimos onde é preciso apertar o passo enquanto ainda há tempo.

Contudo, se nessa hora você perceber que alguns objetivos que o motivavam lá atrás já perderam o sentido, não tenha medo de abandoná-los. Estamos apenas na metade da jornada e muita coisa boa ainda pode acontecer se você dirigir seu entusiasmo e dedicação para aquilo que vale a pena. Um bom balanço para você e feliz meio ano-novo!