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A experiência profissional no século XXI

Trabalhar vários anos numa mesma profissão não garante experiência automática. É necessário acompanhar as transformações que ocorrem dia após dia na área onde se atua.

Você deve conhecer uma série de profissionais que expressam imenso orgulho por terem tantos e tantos anos de experiência e, consequentemente, adquirido habilidades que os mantém valorizados pelo mercado. No entanto, trabalhar há um bom tempo numa mesma área não significa por si só que alguém seja experiente e nem mesmo garante empregabilidade no trabalho atual ou melhores oportunidades para esta pessoa em outras organizações.

Certa vez presenciei um fato que ilustra bem esta ideia. João era um profissional que alardeava por todos os lados possuir “vinte anos de experiência” e que não precisava aprender mais nada nem participar de cursos, pois frequentara vários deles durante sua carreira. Contudo, as pessoas que trabalhavam naquela organização discordavam deste posicionamento, já que os resultados da área que gerenciava não eram assim tão bons.

Durante uma atividade em grupo na qual estavam presentes os principais decisores da organização, João recusou-se a escutar a exposição de uma nova e agressiva estratégia comercial porque sua “ampla experiência” mostrava que aquilo não funcionaria.

Neste instante, já cansado de ouvir esta mesma ladainha inúmeras vezes, outro gestor foi direto: “João, infelizmente terei de ser muito duro contigo. Você sabe, começamos a trabalhar nesta companhia no mesmo ano e com seu esforço inicial alcançou rapidamente um cargo de liderança. Mas há muito tempo tem feito as mesmas coisas e resistido à grande maioria das mudanças que ocorrem por aqui”. E completou: “Meu amigo, você possui apenas um ano de experiência – aquele no qual ingressou – e dezenove de repetição”.

Muitos profissionais que estão no mercado também têm sofrido do mesmo mal. Há tempos fazem seu trabalho sem perceberem que já deveriam tê-lo transformado para acompanhar as tendências do segmento onde atuam.

Antigamente se quantificava experiência pelo número de anos de carteira assinada ou de atuação profissional, mas agora o que conta é a capacidade que a pessoa tem de resolver os problemas inéditos que aparecem em seu trabalho, isto é, apresentar experiência passou a ser muito mais do que resolver questões corriqueiras nas quais se tem o domínio da situação.

Por conseguinte, qualquer um de nós pode apresentar um bom grau de experiência desde que tenha vivenciado o bastante conjunturas diversas e que sirvam para a tomada de importantes decisões relacionadas ao cargo ocupado.

Algumas pessoas fazem as coisas de uma forma peculiar há tanto tempo que não conseguem enxergar a necessidade de “saírem do quadrado”. Isto explica porque há profissionais com grande bagagem e sem emprego. Eles contam com a experiência técnica de um mundo que não existe mais.

Neste século XXI a cancha de uma pessoa tem muito mais a ver com maturidade comportamental do que com anos acumulados de trabalho. É por isto que precisamos ser flexíveis frente ao novo, extremamente curiosos e conscientes de que realmente ainda temos muito a aprender.

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