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Conquiste em vez de reclamar

conquiste-vez-reclamarDois colaboradores de uma mesma companhia apresentaram diferentes projetos seus à direção, porém nenhum deles foi aceito. O primeiro, ao sair da sala de reunião, demonstrou estar possesso: “Nunca aceitam os meus projetos! Nunca está bom! Já estou cansado disso!”. E seguiu reclamando pelos corredores.

O outro funcionário, que passara pela mesma situação do colega, agiu diferente. Mesmo frustrado, perguntou a si próprio: “O que posso fazer para conquistar a atenção da diretoria e a aprovação deste projeto mais adiante?”. Logo depois, como primeiro passo decidiu prestar mais atenção naquilo que o gestor direto dizia a fim de saber o que passava pela cabeça dele. Enquanto isto, seu colega continuava a queixar-se.

Para encurtar a história, algum tempo depois o projeto do “reclamão” foi novamente rejeitado e o do outro funcionário recebeu o apoio da diretoria para ser implantado como uma proposta que reorientava a empresa em seu mercado.

A situação narrada acima é muito comum nas organizações e com qual dos dois personagens você mais se identificou? Geralmente se posiciona como alguém que se abate quando contrariado ou tem por hábito buscar novos caminhos para alcançar seus intentos?

Como consultor, procuro observar com atenção redobrada não apenas aquilo que tem a ver com a gestão técnica do negócio do meu cliente, afinal os relacionamentos que as pessoas conservam com os colegas de trabalho e com elas mesmas também impactam o desempenho organizacional. E o que tem chamado a minha atenção é o lema que cada vez mais pessoas estabelecem para si quando estão prestes a detonar um conflito interno desnecessário: “Conquiste em vez de reclamar”.

A princípio pode parecer uma frase de auto-ajuda, mas é muito mais do que isto. Trata-se da escolha de um estilo de vida e um orientador para aqueles momentos nos quais seria muito mais fácil depositar as frustrações na conta de outro ser humano.

A sociedade em que vivemos defende a supremacia do individualismo. Os anúncios publicitários, o conteúdo dos best-sellers da moda, o roteiro das novelas e tudo o mais parece nos dizer: “Se você quer, você pode. Vá em frente!”. Por isto, nada mais lógico do que boa parte dos trabalhadores acreditarem hoje em dia que suas ideias tenham um valor inestimável, como qualquer outra coisa que venha delas. E ai de quem ouse mostrar o contrário!

Deve ser por isto que reclamar do cônjuge e do chefe é o esporte predileto de muita gente. Este dois personagens carregam o peso de mostrar a cada um de nós que não somos tão bons assim o tempo todo. Que às vezes escolhemos o caminho errado e precisamos recomeçar.

“Conquiste em vez de reclamar” não é um convite ao puxa-saquismo ou à manipulação do outro. Você pode encará-lo como um chamado para sair de si mesmo, seja no ambiente profissional ou na vida privada. De renunciar à intransigência e à supervalorização de seus feitos. De buscar a humildade e conservar o interesse genuíno nas pessoas com as quais tem a oportunidade de conviver. E também, é claro, de exercitar a paciência quando “o outro” parece não escutá-lo de jeito nenhum.

Em sua biografia Nelson Mandela conta, por exemplo, que o tratamento dos carcereiros mudou completamente quando, anos depois, ele deixou de expressar-se em inglês e passou a se comunicar com eles no idioma africâner – que aprendeu enquanto esteve aprisionado. Para aqueles homens foi o sinal inequívoco de que valia a pena ouvi-lo e ali começou a sua saga até ser libertado 27 anos depois.

Pessoas com esta filosofia de vida não perdem tempo com lamentações e por isto são menos vulneráveis ao estresse e a doenças psíquicas. Seu modo de enxergar as coisas é focalizado na solução dos problemas e uma negativa parcial não as faz perder o entusiasmo. Sabem que o importante é escutarem o “sim” final.

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