Artigos

Quem é incentivado a ler viaja!

incentivado-ler-viajaAlguns anos atrás, uma campanha governamental dizia: “Quem lê, viaja!” Um mote que incentivava os estudantes brasileiros à leitura e acabou por descrever (com precisão cirúrgica) o sentimento de quem possui o hábito de devorar as letrinhas. Infelizmente, tratava-se apenas de uma campanha institucional que não poderia mudar o horroroso quadro atual.

Periodicamente, a UNESCO (órgão da ONU para a Educação, Ciência e Cultura) realiza uma pesquisa com estudantes do mundo inteiro na faixa dos 15 anos para avaliar o desempenho escolar e a compreensão de leitura. Em 2003 conquistamos o nada honroso 37º lugar em uma lista de 41 países e conseguimos ficar à frente apenas da Macedônia, Albânia, Indonésia e Peru. Será que vale a pena comemorar alguma coisa?

Cerca de 50% dos alunos brasileiros de 15 anos estão abaixo do nível 1 de alfabetização, uma escala, criada pela Unesco, que classifica os estudantes que têm dificuldades em utilizar os instrumentos da leitura para aumentar seus conhecimentos e competências em outros assuntos. Em outras palavras, isto quer dizer que estes mesmos estudantes terão dificuldades para conquistar seu primeiro emprego e, num segundo momento, permanecerem empregáveis.

Uma simples comparação já é suficiente para elucidar os fatos. A Finlândia, o Canadá e a Nova Zelândia, países que obtiveram as maiores notas na mesma pesquisa têm uma média de leitura de 15 livros/ano por habitante, enquanto que a nossa é de apenas 2,5 livros/ano, contando os livros didáticos. Sem eles, nossa média cai para um título anual e nada mais.

Ainda há salvação, mas é preciso ações conjuntas de diversos setores. Primeiramente, as escolas devem incentivar todos os tipos de leitura, pois o estímulo nos primeiros anos de vida é crucial para a formação de um leitor voraz. Também é fundamental que haja renovação constante dos acervos das bibliotecas públicas e a preocupação para que sejam lugares agradáveis. Ao mesmo tempo, a participação dos órgãos oficiais, principalmente dos ministérios da Educação e da Cultura, precisa ser clara, pois em tempos de dinheiro curto, ações promocionais do governo fazem a diferença.

Quando tivermos esse aparato em dia, poderemos medir novos índices de leitura no Brasil com satisfação e teremos a garantia de formar profissionais competentes para o mercado de trabalho. Sempre é bom lembrar que o brasileiro com grau médio de instrução, em geral, se interessa por livros. O problema é que ele não é incentivado a ler.

Veja também
Nossos Serviços
INSCREVA-SE EM NOSSA NEWSLETTER
E receba por e-mail novos conteúdos sobre Liderança e Gestão

    Open chat
    Podemos ajudar?
    Olá, tudo bem?
    Posso te ajudar?