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Dia do Professor: O desafio de se ‘reinventar’ para ensinar a aprender

O desafio de se 'reinventar' para ensinar a aprenderDo latim “professar a verdade”, a origem da palavra “professor” tem refletido a dura realidade dos tempos modernos. Não apenas pelos sinceros manifestos, em que os gritos nas ruas têm clamado por dignidade e valor à profissão, que dentre as mais antigas do mundo, é considerada fundamental para a formação dos indivíduos e da sociedade. Mas também pelas céleres mudanças na forma de ensinar, de aprender e pelos conflitos das Gerações X, Y, Z frente à tecnologia do século XXI.

Até a Geração X (nascidos de 1960 ao início dos anos 80), a ordem de aprendizado se dava pelo texto, som e imagem. A leitura e o tempo dedicado às pesquisas em livros e nas bibliotecas, também nos estudos em grupo, caracterizaram esse público que buscava a informação de maneira mais aprofundada. Já as Gerações Y e Z, (nascidos em 1980 até 1991 e após 1991, respectivamente), invertem essa forma de aprendizado para imagem, som e texto, desafiando o professor a lidar com o imediatismo, a superficialidade, o individualismo e a necessidade de “atrair” a atenção com métodos lúdicos e tecnológicos. De fato, a informação agora está disponível a um “clique”, mas a paciência em ler e se aprofundar no conteúdo é outra história.

O professor moderno, mesmo pertencente à geração “passada”, é confrontado a reinventar-se, com a missão de repassar o conhecimento dos livros – tão essenciais para o aprendizado – a um público antenado na imagem, em 3D, som, movimento, multitarefas, dinamismo, velocidade, uau! Ter fôlego para atender aos anseios ‘da clientela’ não é o problema maior se comparado à dificuldade em ter disponível tal infraestrutura na rede pública, que ofereça condições deste ‘novo’ professor ensinar e educar. Aliás, o mínimo necessário, como salas decentes, telhado sem goteira, carteiras e cadeiras, merenda e materiais escolares é realidade distante para muitas escolas brasileiras.

Em outro contexto, a atenção é dividida com os smartphones, tablets, notebooks, redes sociais, reduzindo o pouco de concentração que os alunos têm. Então, encarar a tecnologia como aliada e utilizá-la em seu favor (quando existente) pode facilitar o sucesso na jornada deste profissional. Frente à necessidade, serviços como o ‘Google Play for Education’ (Aplicativos Google para Educação), ainda sem data para a versão em português, oferecem um espaço exclusivo voltado à educação. Neste caso, os aplicativos permitem aos professores criarem grupos e compartilharem conteúdos, promovendo a interatividade e as atividades escolares.

wellington moreiraPara Wellington Moreira, consultor empresarial, quando o professor não pode contar com recursos tecnológicos

E por falar em ‘relacionamento’, a forma como o professor é visto atualmente na sociedade brasileira sofreu tantas mudanças quanto foram as transformações tecnológicas. Pena que a comparação não favorece, igualmente, este profissional. Quem diria que nossos pais ou avós ousariam atender um telefonema em plena sala de aula? Aliás, sequer levariam um celular em suas mochilas para não atrapalharem ou desrespeitarem ‘o mestre’. Hoje, as reinvindicações são bem diferentes: para que o professor, ao menos, não “apanhe” ao confrontar um mau comportamento e, no caso de isso acontecer, sendo o aluno um menor de idade, que ele (ou um responsável) responda pelos seus atos.

De fato, muita coisa mudou e o impasse está em saber como lidar com tais novos valores. Mundo a fora, é impossível não citar a cultura oriental e a reverência dirigida ao professor. Uma pesquisa da fundação internacional Varkey GEMS, divulgada em outubro de 2013, mostra que, entre 21 países, o Brasil está em penúltimo lugar nos quesitos ‘respeito’ e ‘valorização’ dos seus professores (confira o Ranking na imagem). Pode isso, professor? O melhor status da profissão é na China e o pior, em Israel.O desafio de se 'reinventar' para ensinar a aprender

Informações recentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) e do Ministério da Educação, publicadas na Folha de São Paulo, em agosto de 2013, apontam números desmotivadores para quem está pensando “no que vai ser quando crescer”: do salário.

Dentre todos os desafios elucidados, eis o ponto crítico para a escolha dos futuros professores ou para quem está buscando prosseguir na carreira. O valor médio pago a um professor brasileiro é de R$ 1.567,00, um pouco mais que um garçom, que ganha R$ 1.405,00, por exemplo. As variações ocorrem de acordo com as regiões do país. No Distrito Federal, o salário inicial do professor, com gratificações, é de R$ 3.400,00 e no Tocantins, R$ 3.000,00.

Se continuarmos as comparações, o desânimo aumenta. Em um ano, um professor de ensino básico de São Paulo, capital, poderá receber U$ 16.217 (em dólares). A média brasileira é mais baixa, U$ 11.255, sendo uns U$ 2.000 a menos que na Argentina. Já na Alemanha, o montante pode chegar a U$ 46.456. Certamente o “amor” à causa e o desejo de ensinar, de ser professor, falará mais alto para quem optar pela profissão.

Queremos um Brasil melhor. Aliás, precisamos que ele seja melhor. Investir na formação do ser humano é, sem dúvida, um bom começo. Ao som das vozes roucas que se misturam implorando por justiça social, segurança, o fim da corrupção, mais saúde, empregos, salários dignos e tantos outros gritos, vale lembrar que cada um de nós passa (ao menos deveria passar) pelo berço da Educação e “a mão que o embala, governa o mundo”.

O desafio de se 'reinventar' para ensinar a aprender

“The hand that rocks the cradle is the hand that rules the world”
 
(William Ross Wallacee, poeta norte-americano)

Sugestão para entrevista: Wellington Moreira é palestrante e consultor empresarial da Caput Consultoria. É professor universitário em cursos de graduação, mestre em Administração de Empesas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é especialista em Comunicação Empresarial. É autor de três livros publicados, entre eles “O Gerente Intermediário” (Ed. Qualitymark, 2010), que já se tornou uma das principais referências de estudos para quem assume a primeira posição de liderança numa empresa. Também é membro do Instituto Brasileiro de Consultores Organizacionais (IBCO) e colunista de jornais e portais na internet.

Artigo relacionado: http://www.caputconsultoria.com.br/artigos/334-como-as-pessoas-aprendem-hoje-em-dia 

Fontes:
*http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/educacao-e-midia/uso-das-novas-tecnologias-em-sala-de-aula/
*http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/07/29/pais-avanca-mas-educacao-segura-desenvolvimento-indica-idhm.htm
*http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/10/03/brasil-e-o-penultimo-em-pesquisa-sobre-valorizacao-de-professor.htm
*http://revistaepoca.globo.com/cultura/danilo-venticinque/noticia/2013/06/o-brasileiro-nao-le.html
*http://www.caputconsultoria.com.br/artigos/334-como-as-pessoas-aprendem-hoje-em-dia 

Mais informações:
Adriana Marques (43 8415-7931) ou com Wellington Moreira (43 3029-5000 / 9996-9960).

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