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Os desafios da educação corporativa no Brasil

O cenário de instabilidade econômica no país reforçou a discussão de assuntos que sempre estiveram presentes na pauta dos empresários, como a busca incessante por produtividade e a melhoria da qualidade dos produtos e serviços. Mas a restrição de recursos financeiros junto com o aumento da concorrência tem tornado as coisas ainda mais difíceis para a maior parte das companhias.

E o que muitas empresas têm feito para continuar competitivas num ambiente tão turbulento e incerto, como o atual? Estão desenvolvendo competências críticas para o seu negócio ao capacitarem mais adequadamente as pessoas que lá trabalham ou fazem parte da sua cadeia de valor.

Não estou me referindo simplesmente à qualificação da mão-de-obra no modelo tradicional e sim que elas têm adotado novos paradigmas no processo de aprendizagem organizacional. Afinal, só assim conseguirão fazer com que seus profissionais permaneçam aptos a desempenharem o trabalho atual e, melhor ainda, a se anteciparem às mudanças do negócio e do mercado.

Algumas das principais rupturas em curso dizem respeito ao alinhamento entre o que precisa ser aprendido pelas pessoas com as metas almejadas pela companhia e a implantação de práticas continuadas que sustentem a estratégia maior. E é claro, uma visão de longo prazo que as guie, porque desenvolvimento de pessoas não combina com pressa.

Abaixo, separei alguns pontos de reflexão que são importantes para quem pretende promover programas de educação corporativa que realmente funcionam. Ou seja, antes de sair implantando iniciativas em sua empresa, vale a pena refletir sobre essas questões:

– Quando é você que vocês treinam as pessoas? É preciso reconhecer a necessidade de uma política educacional como parte da estratégia da empresa e não como ação isolada, desconectada dos principais objetivos organizacionais.

– Por que vocês fazem o que fazem? Muitas empresas, por falta de um planejamento adequado, direcionam o foco da aprendizagem para áreas que não são prioritárias ou, pior ainda, para os problemas errados. É importante investigar o que os levou à agenda de educação corporativa atual e se ela realmente representa aquilo que precisa ser feito.

– Como medem os resultados dos treinamentos? Documentar e analisar o alcance dos programas de formação e desenvolvimento são tarefas cruciais para quem pretende continuar recebendo o apoio dos patrocinadores e vencer o cinismo de quem não acredita que é preciso capacitar as pessoas continuamente.

– Como lidam com pouco dinheiro para realizar aquilo que é preciso? Restrição orçamentária e falta de consistência nos investimentos, mesmo nas companhias de grande porte, têm sido a tônica. Os profissionais de T&D precisam aprender a trabalhar com criatividade e a lidar com poucos recursos financeiros de agora em diante.

– O que vocês fazem para estimular as pessoas a colocarem em prática aquilo que aprendem na sala de aula? Quando o treinamento termina o papel do profissional de educação corporativa ainda continua, pois o desafio passa a ser ajudar os colaboradores da empresa a transferirem o que aprenderam para seu dia a dia. Abandoná-los à própria sorte é a pior coisa que podemos fazer.

– Como vocês comprometem as pessoas após serem treinadas? Muitas empresas não desenvolvem seus colaboradores com medo de que eles saiam da companhia mais adiante e levem consigo todo o conhecimento obtido. Contudo, o correto é direcionarem os esforços para que essas pessoas encontrem significado no trabalho que executam e tenham a oportunidade de crescer junto com a organização.

– Vocês têm o hábito de ver de perto o que outras empresas estão fazendo? Ninguém precisa inventar a roda e sim confrontar aquilo que já existe em sua realidade com o que as companhias que são referência em educação corporativa têm feito. Essa é a melhor forma de compreender porque metodologias como a flipped classroom (sala de aula invertida) ou a 6D’s funcionam tão bem.

Como você pôde perceber, os desafios são muitos, contudo não devem desanimar ninguém. Servem como um grande alerta de que os projetos de educação corporativa precisam ser assertivos e permanecer conectados à estratégia maior. Só assim conseguiremos fazer com que nossas companhias permaneçam competitivas e aptas a enfrentar o mundo novo que se apresenta. Pense nisso!

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