Quantas vezes já lhe aconteceu de conceber uma ideia incrível, mas depois não ter forças para tirá-la do papel simplesmente porque pessoas-chave se mantiveram resistentes ao projeto?
Os principais afetados por uma proposta disruptiva não costumam aderir a ela logo de cara. É por isso que muitos profissionais têm o hábito de propor projetos-piloto. A estratégia de solicitar o apoio das pessoas para que um teste seja feito a fim de se analisar a viabilidade da solução apresentada, antes de qualquer decisão final.
As vantagens de um projeto-piloto
Um projeto-piloto ajuda a vencer os temores de quem não quer se comprometer com algo sem estar convicto de que aquele é realmente um bom curso de ação. E sempre é bom lembrar: com apostas menores à mesa, decisores tendem a se arriscar mais.
Isso vale, inclusive, para deliberações corriqueiras. Imagine que você acaba de ser convidado para fazer uma aula experimental em certa academia de ginástica, já sabendo que se não gostar de lá pode ir embora sem ter de se explicar depois. Resultado: é fácil topar a proposta de conhecer como as coisas funcionam nesse lugar.
Até mesmo os novos programas de TV agora chegam com a previsão de apenas alguns episódios. Se a repercussão for positiva, uma nova temporada entra na grade da emissora certo tempo depois; e no caso de um completo desastre, o programa simplesmente sai do ar sem deixar saudades.
Um projeto-piloto bem-sucedido tem o poder de vencer o pé-atrás de muita gente porque a ideia se provou acertada. Aliás, é até comum que algumas dessas pessoas se perguntem depois: “Por que não começamos isso lá atrás?” Contudo, sempre é bom lembrar que, se a alternativa tivesse sido apresentada inicialmente como definitiva, é bem provável que nenhum movimento de transformação acontecesse.
Dicas práticas para implementá-lo
Caso você esteja começando a ficar animado por desenvolver um projeto-piloto em sua organização para que aquela ideia de grande potencial saia do papel de uma vez por todas, vale a pena levar em conta essas quatro recomendações abaixo:
1) Proponha um teste cujo investimento não supere 15% do custo total da solução permanente e não envolva mais de dez pessoas da companhia durante essa fase inicial. Assim, fica mais fácil os decisores aceitarem o risco.
2) Convide profissionais que apreciem a ideia, estejam dispostos a trabalhar pelo sucesso dela e que tenham influência na organização. Quanto mais pessoas competentes e de expressão estiverem ao seu lado durante a versão 1.0, maior a probabilidade de o projeto-piloto prosperar.
3) Desenvolva um piloto com um ciclo de tempo curto. Os resistentes precisam enxergar os primeiros resultados em até 60 dias e nesse período você ainda deve ter condições de identificar o que precisa ser corrigido para que a solução se torne permanente.
4) Durante o desenvolvimento do piloto, mantenha os decisores da sua empresa atualizados sobre o andamento das coisas. Quanto mais progressos eles enxergarem, mais apoio tendem a lhe dar na hora em que a decisão final for tomada.