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O que faz um diretor-executivo de verdade

Conheça as principais responsabilidades de quem precisa tomar decisões de negócios a todo momento
O que faz um diretor-executivo de verdade
Diretores eficazes chegam a investem seu tempo em reuniões com pessoas que tenham algo de bom para lhes transmitir.

O cargo de diretor numa empresa é um dos papéis de liderança mais complicados de se exercer porque envolve tomadas de decisão nas quais geralmente não se tem certeza alguma de que você está no caminho correto. Aliás, existe até um nome para isso: capacidade de administrar a complexidade.

E a consequência é que o turnover entre diretores nunca foi tão grande quanto agora. Desde que o país entrou em recessão, muitas pessoas que ocupavam esse tipo de cargo descobriram dolorosamente que não estavam preparadas para serem executivos. E, muitas delas, de lá para cá, não tiveram uma segunda chance para mostrar que aprenderam a lição. Suas carreiras descarrilaram, como lembra o consultor indiano Ram Charan.

Mas, o que faz um diretor que performa de verdade? Vou listar abaixo algumas das coisas que são cruciais para quem exerce esse papel:

Agir como dono do negócio

Ainda que você talvez não seja acionista da empresa, precisa lembrar que deixou de ser um mero funcionário. Precisa adotar uma postura empreendedora em busca de soluções que confiram vantagem competitiva à companhia. Grandes ideias transformadoras geralmente saem da cabeça de diretores.

Planejar o futuro

Gerentes são cobrados por apresentar resultados de impacto no curto e médio prazo. Em contrapartida, bons diretores são aqueles que criam movimentos na empresa que mudam o patamar dela ao longo dos anos seguintes. É por isso que temos dificuldade de mensurar o trabalho de um diretor no momento presente: o impacto de suas ações – para o bem ou para o mal – só aparece lá na frente.

Valorizar o desconhecido

Outra atividade crítica do papel de diretor é aprender a ter apreço por áreas da empresa nas quais você não trabalhou antes de assumir esse cargo, mas que agora está sob sua tutela. Imagine a situação: você acaba de se tornar diretor financeiro de uma firma na qual a área de RH também veio junto com o pacote, apesar de considerar que ela só drena os recursos da companhia. Se você não mudar suas crenças limitantes sobre Gestão de Pessoas – e isso significa estar aberto a rever conceitos, como “gente é despesa” e “RH só dá prejuízo” –, certamente haverá perda de competitividade no longo prazo.

Dirigir boa parte da agenda para atividades externas

Se costumamos cobrar de supervisores a capacidade de dirigirem seu foco para aquilo que acontece no quintal de casa, diretores têm de fazer exatamente o contrário. Como uma parte central do seu trabalho é liderar a companhia para o futuro, fica difícil dar conta desse papel crítico se você permanece preso à sua sala com inúmeras tarefas rotineiras para cumprir. Diretores eficazes chegam a investir 80% do tempo deles em reuniões com clientes, visitas a fornecedores estratégicos, participação em feiras de negócios, almoços com empresários que têm algo de bom para lhes transmitir etc. Executivos encastelados são um risco enorme à empresa.

O trabalho do diretor é, muitas vezes, exaustivo porque você joga dados com o universo e não existe “receita pronta” para ser bem-sucedido. Contudo, isso não pode ser algo que o aflige demais.

Grandes diretores que conheço enxergam que o papel executivo implica desconforto permanente. E o mais curioso é que eles apreciam a adrenalina do cargo. Gostam de jogar o jogo exatamente porque aprenderam a jogá-lo.

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