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Planeje o futuro, mas cuide da execução

Lembre que qualquer plano complexo exige gente muito capacitada e algumas estratégias são operacionalmente desafiadoras
Planeje o futuro, mas não esqueça da execução
Na hora em que vocês definirem o plano de ação da empresa, não esqueçam que o mundo não vai parar.

Quando o fim do ano se aproxima, muitas empresas reúnem seus dirigentes e colaboradores-chave numa mesma sala para definirem juntos as metas que a companhia buscará alcançar ao longo dos meses seguintes. E uma coisa é frequente nessas horas: boa parte dos assuntos trazidos para a pauta do encontro são os mesmos do ano anterior. As iniciativas pensadas lá atrás não saíram do papel.

Por mais zelo que vocês tenham na hora de elaborar o plano estratégico da sua empresa, ele será apenas um punhado de boas intenções se não conseguirem vencer a lei da inércia. No mundo caótico de hoje não é a melhor estratégia que prospera e sim aquela que é implantada com disciplina.

Coloque a mão na massa

O problema é que boa parte dos líderes enxerga a mão na massa como uma atividade menor. O consultor indiano Ram Charan, inclusive, lembra: “Muitas pessoas consideram a tarefa executiva um detalhe que está abaixo de sua dignidade como líder do negócio. Isso está errado. É justamente o oposto: é a atividade mais importante de um líder”.

Outra coisa importante é lembrar que qualquer plano complexo exige gente muito capacitada. Algumas estratégias são tão operacionalmente desafiadoras que os profissionais responsáveis por fazer com que “a roda ande” não compreendem direito o que precisa ser feito na prática.

Também existem as empresas que pecam por traçarem planos com metas em excesso. Pesquisas revelam que ao definirmos 2 a 3 metas, possivelmente todas elas sairão do papel. Quando estabelecemos de 4 a 10, apenas 1 ou 2 alcançam êxito. E quem opta por 11 a 20 metas não concretiza nenhuma delas.

Cuidado com o ceticismo

Na hora em que vocês definirem o plano de ação da empresa, não esqueçam que o mundo não vai parar. As iniciativas prioritárias sofrerão a concorrência de todo o fluxo de trabalho rotineiro que já existe, com suas incontáveis urgências. Por isso, quanto o assunto é metas, menos é mais.

Cada vez que a sua companhia começa algo e depois a mudança não acontece, vocês abrem espaço para a perniciosa cultura do “nada acontece por aqui”. Permitem que o fracasso seja enxergado como natural e que o ceticismo ocupe lugar cativo na organização.

Pode ver! As empresas que você admira são zelosas na hora de executar aquilo que se propõem a fazer. Elas até podem ser um pouco lentas na hora de planejar, mas tornam-se implacáveis a partir do momento em que entram no jogo.

Há uma frase atribuída a Gandhi que diz: “Há dois tipos de pessoas: as que fazem as coisas e as que dizem que vão fazer. Procure ficar no primeiro grupo, pois lá há bem menos gente”. Também existem empresas desses dois tipos.

Talvez o grande choque que a sua companhia necessite neste momento não é uma nova estratégia ou metas inéditas. Se vocês passarem a cumprir as promessas que já fazem a si mesmos há muito tempo, o próximo ano tem tudo para ser incrível.

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