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O próximo passo

Ao atingir um objetivo é primordial que seus colaboradores saibam qual a próxima montanha a ser escalada.

47b81965d751b036fd08bd1259262094Num mundo onde inúmeros caminhos alternativos se apresentam, tomar decisões agora e que garantirão a sua sobrevivência no futuro se tornou imperativo para todas as empresas. Além disto, mais do que o medo de cometer deslizes, é necessário seguir o conhecido ditado anônimo que preceitua: quem decide pode errar e quem não decide já errou.

Contudo, atualmente já não basta às organizações decidirem para onde desejam ir ou terem a certeza do que querem para si. É preciso que se debrucem à resposta de um questionamento negligenciado: “Como chegarão lá?”.

Muitos empresários brasileiros ainda preferem executar ações sem antes avaliarem o melhor caminho a seguir e depois percebem os estragos de um modus operandi no qual não há espaço para planejamento e organização, mas apenas intuição e a crença de que a sorte está do seu lado. Em companhias assim até surgem boas ideias, mas geralmente elas são sufocadas por uma cultura organizacional na qual o “fazer logo” é mais importante do que o “fazer bem”.

A consequência disto tudo é que, ano após ano, mesmo formatando planos estratégicos viáveis, tais firmas os deixam de lado quando as primeiras dificuldades aparecem, já que sua visão é de curtíssimo prazo e orientada pela urgência.

Na obra clássica “Feitas para Durar”, James Collins e Jerry Porras vão além. Eles ressaltam que mesmo as empresas realizadoras devem tomar alguns cuidados, entre eles o de não serem atingidas pela “Síndrome do Já Chegamos”, um veneno paralisante que surge assim que alcançam seu principal objetivo e não o substituem rapidamente por outro. É o que ocorreu, por exemplo, com a Nasa após a chegada do homem à lua e durante a trajetória das montadoras Ford e GM.

A visão clara do futuro é muito estimulante e necessária às organizações antes de ser atingida, pois dirige os esforços de todos os colaboradores para uma só direção, isto é, traz foco. Algo que ajuda a explicar porque muitas companhias possuem ambientes de trabalho tão borbulhantes e inovadores, como é usual em várias empresas de tecnologia.

O problema é que muitas delas perdem o embalo depois de algum tempo e ficam com a sensação de que o final da história poderia ter sido diferente. Collins e Porras detectaram em suas pesquisas que geralmente isto ocorre quando escalam uma montanha sem ainda terem escolhido a próxima.

Possuir metas desafiadoras e compartilhadas pelos colaboradores é imprescindível, mas mais importante ainda é decidir o que vocês farão depois de chegarem lá! Enquanto algumas empresas se acomodam com suas conquistas, concorrentes atentos já estão descendo a montanha para escalarem uma maior ainda.

Concordo que precisamos celebrar o alcance de um objetivo, principalmente quando há esforços hercúleos para tal, mas não se pode esquecer que a empresa pulsa quando as pessoas sabem que devem lutar por algo a mais do que apenas seu merecido salário no fim do mês.

A seleção brasileira de voleibol masculino conduzida pelo Bernardinho conquistou o tricampeonato mundial há menos de um mês na Itália e certamente todos os jogadores sabem que sua próxima grande montanha é a Liga Mundial 2011. Alguém duvida de que eles chegarão lá novamente?

Wellington Moreira

Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Como desenvolver líderes de verdade” (Ed. Ideias e Letras), “Líder tático” e “O gerente intermediário” (ambos Ed. Qualitymark).

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