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A importância do comportamento ético

Wellington Moreira escreve respeito do papel que o líder tem na condução das pessoas para que assumam uma postura ética em sua atuação profissional.

Quando se fala em sustentabilidade organizacional, um dos principais desafios é criar uma cultura na qual os colaboradores saibam tomar as melhores decisões de acordo com valores e princípios éticos, além de relacionar-se internamente e com as demais partes interessadas (clientes, fornecedores e sociedade, por exemplo) por meio deste mesmo código de condutas.

Sendo assim, o gestor adota um comportamento ético quando procede de forma a obter resultados sem prejudicar as outras pessoas ou a organização. Isto implica em seguir princípios universais, como (ARRUDA, 2002):

a) Ser honesto em qualquer situação, visto que a honestidade é o fundamento principal de uma relação de confiança e credibilidade.
b) Ter coragem para assumir as decisões, principalmente quando for preciso agir de forma impopular.
c) Ser tolerante e flexível com as pessoas. As soluções para os problemas organizacionais são facilmente descobertas quando há gestores que escutam seus liderados e avaliam situações sem pré-julgamentos.
d) Ser íntegro. Trata-se de agir baseado nos seus princípios, mesmo que isto provoque prejuízos em curto prazo.
e) Ser humilde. Ouvir as idéias dos outros, repartir o sucesso com a equipe e reconhecer suas próprias falhas são algumas das ações práticas de alguém que exerce a humildade.

Portanto, o comportamento ético não é exercido apenas quando não se rouba a empresa. A forma com que os clientes são tratados e o estilo de gestão adotado também revelam se a companhia é conduzida por valores éticos ou não.

Do mesmo modo, os processos seletivos podem contribuir para a solidificação do comportamento ético. Quando você tem o cuidado de avaliar o caráter dos entrevistados, evita a contratação de pessoas que apresentem desvios inadmissíveis, impedindo a inserção de gente que causará problemas futuros. O mesmo raciocínio vale para os necessários desligamentos de profissionais que já estejam trabalhando, mas não queiram seguir o código de condutas da empresa.

O gestor é modelador do comportamento social e, por conseguinte, seus liderados operam baseados nos exemplos que vêm de cima. Quando se percebe uma equipe que pouco se dedica a seguir princípios éticos, por detrás destes trabalhadores geralmente também há uma liderança que pouco inspira ou move as pessoas a fazerem aquilo que é correto.

Certa vez estava viajando com quatro profissionais de uma empresa que atendia, sendo que um deles era o gestor imediato dos demais. Em determinado momento, fomos almoçar num restaurante e na hora de pagar a conta, o caixa fez a famosa pergunta: “Quanto que o senhor quer que a gente coloque na nota?”. E ele infelizmente respondeu: “Coloque uns quinze reais a mais do que o valor que temos de pagar!”. Aquele gesto foi um tremendo contra-senso, pois alguns dias antes o mesmo gestor discursava aos seus colaboradores sobre a importância de todos adotarem uma postura ética.

Agir eticamente é a melhor escolha, mas nem todos estão dispostos a arcar com as responsabilidades advindas desta opção de vida, principalmente se há uma pressão ambiental para que os comportamentos inadequados sejam mantidos. É por isto que qualquer profissional só consegue ter a consciência de quão ético é ao deparar-se com situações nas quais tem de agir diferentemente da maioria por causa dos limites de sua consciência. Em outras palavras, a solidez de nossos princípios é provada quando interagimos com outras pessoas que não abraçam tal olhar e conseguimos influenciá-las.

Além disto, é possível saber se você possui sólidos valores éticos respondendo a duas perguntas:
Continuo a fazer as coisas certas mesmo quando as pessoas não estão vendo?
Tenho a coragem de agir contra a maioria para conservar meus valores?
Quanto à carreira, o comportamento ético traz credibilidade ao profissional e inspira a confiança necessária àqueles que pretendem fazer negócios ou contratar pessoas com habilidades semelhantes às suas. Ou você entregaria um importante cargo de direção da sua empresa a alguém suspeito?
E o principal: fazer a coisa certa garante uma boa noite de sono. Não há benefício maior.

Wellington Moreira

Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Como desenvolver líderes de verdade” (Ed. Ideias e Letras), “Líder tático” e “O gerente intermediário” (ambos Ed. Qualitymark).

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