Com um mundo cada vez mais veloz e repleto de inovações disruptivas, precisamos encontrar formas de absorver o que há de novo para não ficarmos defasados em nossa área de atuação. Mas, em meio a tanta informação e conhecimento disponíveis, o que fazer para aprender mais rápido e melhor?
A primeira coisa que você deve ter em mente é que para aprender não precisa estar necessariamente matriculado num curso. A educação formal continua a ser imprescindível, no entanto sabendo fazer as perguntas certas, recebendo a tutoria de alguém qualificado – mesmo que a distância – e buscando fontes confiáveis você pode aprender praticamente qualquer coisa sem sair de casa. E o melhor, com um custo relativamente baixo.
Por quê e para quê?
Não estou pregando aquele autodidatismo de anos atrás em que alguém partia do nada e ainda tinha de se virar sozinho. Com as várias soluções tecnológicas que estão surgindo em decorrência dos avanços da computação cognitiva e curadores dos mais diversos temas dispostos a orientá-lo, cuidar do próprio processo de aprendizagem ficou muito mais simples.
Contudo, lembre-se de que as facilidades do mundo moderno só ajudam quem está realmente motivado para aprender. Sem o “para quê?” inexiste a curiosidade intelectual que se espera de um aprendiz, a ignorância do dia a dia não é vista como um mal e tampouco você encara os inevitáveis erros ao longo do caminho como parte do processo.
Também valorize a disciplina nos estudos. Sempre que começa a aprender alguma coisa pela primeira vez, ignora o assunto por completo, depois absorve um pouco sobre ele, na sequência já consegue realizar algumas conexões, depois passa a compreender onde estão as suas lacunas, mais adiante o domina e só, muito tempo depois, obtém a maestria. Os melhores estudantes são aqueles que evoluem um pouco todos os dias justamente porque estudam todos os dias.
Como você aprende?
E uma dica valiosa: preste atenção em como você geralmente aprende. Nem todo mundo retém conhecimento da mesma maneira. Há pessoas que são mais visuais, outras auditivas e há gente com perfil sinestésico.
Quem é visual, prefere estudar por meio de vídeos, leituras, imagens e gráficos. Já os auditivos gostam de ouvir palestras e histórias, participar de bate-papos e discussões e escutar podcasts. Por último, os sinestésicos aprendem mais e melhor se tiverem a chance de experimentar, sentir ou vivenciar o conteúdo adquirido na prática. Estas pessoas têm tato, olfato e paladar mais apurados.
Mas é claro que ninguém aprende somente por meio de um desses três canais. Como provou o professor Edgar Dale, em 1946, com a Pirâmide da Aprendizagem, absorvemos melhor um conteúdo ao combinarmos diferentes estímulos. Precisamos saber, é claro, por meio de qual deles conseguiremos o melhor resultado para ganhar tempo, porém é importante desenvolver todos os outros. Mas, como fazer isso?
Para desenvolver o canal visual:
Veja, pelo menos, um filme por semana; leia livros e folheie revistas; anote coisas que você julgar importantes; jogue damas, xadrez ou baralho; preste atenção à fisionomia das pessoas e procure apreendê-las em sua mente; e ao caminhar pelas ruas observe prédios, por exemplo.
Para desenvolver o canal auditivo:
Leia em voz alta; toque um instrumento; fale em público; escreva crônicas e poesias; preste atenção ao timbre de voz das pessoas; procure ser um bom ouvinte; decore citações de autores que você admira.
Para desenvolver o canal sinestésico:
Desenvolva habilidades manuais; pratique esportes; caminhe descalço sentindo os pés no chão; frequente uma academia de dança; exercite o olfato ao cheirar alimentos e perfumes; e, ao comprar uma roupa, teste-a com as mãos para verificar se é macia e confortável.
É claro que prestar atenção nisso tudo dá um bom trabalho! Todavia, depois de adultos, não aprendemos por acaso e sim pela decisão deliberada de evoluir. É por isso que devemos viver a máxima de Sócrates: “Só sei que nada sei e o fato de saber isso me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa”.