Há algum tempo empresas do mundo todo já sabem que o desenvolvimento dos seus jovens executivos passa por algo central: permitir que esses profissionais enfrentem situações empresariais desafiadoras que ainda não dominam. Os mais variados tipos de problemas que geram desconforto e, ao mesmo tempo, experiências enriquecedoras.
Em contrapartida, muitas pessoas continuam a enxergar momentos de vulnerabilidade como algo ruim. Quando estão diante de algo que não lhes permite controle, logo fogem. E como efeito deletério, suas carreiras caminham para a estagnação.
Uma outra coisa que as grandes companhias compreendem muito bem é que os profissionais que melhor lidam com situações desconfortáveis hoje já têm as competências que serão decisivas no futuro próximo. Por isso, quando identificam alguém que parece ser talentoso, logo tentam prová-lo no fogo. Entregam todo tipo de “bucha” em suas mãos…
O fato é que existem três tipos de experiências que revelam até onde os profissionais podem chegar numa carreira executiva. Portanto, se é isso que você busca, a aceleração do processo passa por vivenciá-las de alguma forma:
1) Oportunidade de liderar uma equipe
Apresentar resultados incríveis na esfera individual é bem diferente de consegui-los por meio de outras pessoas. Saber escolher quem deve ficar no barco, distribuir as tarefas que precisam ser feitas, criar um clima de trabalho agradável, interferir na hora certa e administrar conflitos internos são algumas das competências-chave que você só adquire quando está à frente de um time.
2) Mudança de área e/ou departamento
Imagine que você tem dez anos de carreira, sonha com uma alta posição executiva e até agora trabalhou apenas na área financeira. O seu desenvolvimento como gestor passa por assumir responsabilidades em departamentos que não guardam relação direta com aquilo que faz hoje em dia, como é o caso de vendas, recursos humanos, qualidade ou logística. Enquanto a carreira técnica geralmente demanda que o profissional se especialize em alguma coisa, a carreira de gestão pede que você amplie o seu repertório. Aliás, o medo de enfrentar esse tipo de mudança hoje impede muita gente de progredir.
3) Passar por uma experiência internacional
Trabalhar algum tempo fora do país, com todas as exigências que vêm junto – nova língua, costumes diferentes e criação de vínculos com pessoas, por exemplo – é uma ótima forma de desafiar-se e aprender. É por isso que companhias multinacionais costumam expatriar gente de alto potencial para fora. Essas pessoas, ao “saírem da bolha”, têm a oportunidade de amadurecer mais rápido.
O mais interessante dessas três grandes experiências de carreira é que nenhuma delas está longe do alcance de ninguém. Mesmo que a empresa onde você trabalha não lhe proporcione a oportunidade de liderar uma equipe, mudar de área ou obter uma experiência internacional, nada impede que você busque esse tipo de bagagem por si mesmo.
Já há algum tempo, a progressão de carreira depende muito mais das escolhas que faz do que aquilo que as companhias oferecem. Aliás, dependendo do contexto, talvez o grande desconforto que você tenha de enfrentar no curto prazo seja encontrar um novo lugar para trabalhar.