Um dos principais motivos para que ideias promissoras não saiam do papel nas organizações tem a ver com um sentimento sobre o qual ainda pouco se fala no mundo corporativo: a inveja. Quem está à frente do projeto, em vez de despertar o espírito de colaboração nas pessoas envolvidas, faz com que elas joguem contra.
Quando bons líderes buscam o apoio daqueles que estão à sua volta – e, especialmente, de outros líderes –, costumam seguir algumas práticas que você também pode aplicar. São elas:
– Não reivindique a autoria. Não torne a mudança organizacional uma vitória pessoal ou da sua área. Muitas vezes vejo que bons projetos não vão para frente porque seus idealizadores ficam papagaiando a autoria, quando deveriam fazer com que ela fosse vista como um empreendimento de todos. Quem adora os holofotes não cria um clima colaborativo.
– Procure engajar as pessoas desde o início dos projetos. A partir do momento em que você consegue comprometer os demais líderes para aquilo que precisa ser feito, é muito mais difícil algum deles tomar qualquer iniciativa de boicote ao trabalho, afinal também estaria punindo a si próprio. Procure garantir que as pessoas realizem um trabalho significativo – sob a perspectiva delas – e encontre formas de recompensá-las emocionalmente pelos resultados.
– Identifique possíveis focos de resistência. Procure conhecer o perfil de cada um dos seus colegas para sabem quem, por ventura, “não vai muito com a sua cara”. Na sequência, convide esses líderes para conversar, esclareça os mal-entendidos que existem, escute com interesse aquilo que eles têm a dizer e solicite o apoio que você tanto precisa. Agir humildemente com quem logo se opõe às suas iniciativas é a melhor forma de torná-los grandes aliados no futuro.
– Não tente ser reconhecido como o melhor de todos. Se você começa a aparecer demais e é alvo de constantes elogios dos superiores, é bem provável que seus pares o isolem e ainda sejam pouco colaborativos dali em diante. Mesmo quando é merecedor do amplo reconhecimento que vem de cima, manter a humildade e compartilhar o sucesso com os demais líderes faz com que eles não o vejam como adversário e ainda aceitem ser conduzidos por você informalmente.
– Evite querer sempre ter razão, pois ninguém gosta de quem se apresenta como “dono da verdade”. Mesmo que você esteja certo, de vez em quando é necessário recuar nas pequenas coisas para poder avançar nas grandes futuramente. Ou seja, dê a oportunidade dos colegas líderes também sentirem o prazer de guiá-lo, em vez de cultivarem a crença de que você é injusto e faz de tudo para inferiorizá-los.
Quem ocupa um papel de liderança precisa não só transmitir aos pares o famoso “tamo junto”. Também deve demonstrar que não quer vencer sozinho nem tampouco às custas do insucesso de quem tem atribuições ou responsabilidades semelhantes. Resumindo: estar disposto a chorar os insucessos e a partilhar os êxitos com quem é igual.