A falsa produtividade é um fenômeno cada vez mais comum no trabalho. A pessoa faz uma série de coisas com a ilusão de estar sendo produtiva, quando na realidade apenas se distrai com atividades que não contribuem para qualquer progresso real.
Esse autoengano geralmente faz eco em quem acredita que ficar ocupado o tempo todo é um sinal de sucesso e realização. Daí o profissional nem vê que passa horas executando tarefas triviais enquanto gira em círculos.
Outro problema é a obsessão por métricas de produtividade ineficazes. Várias pessoas se concentram tanto em atingir metas específicas, como completar um determinado número de afazeres em um dia, que esquecem de avaliar se essas tarefas realmente importam ou se estão alinhadas com seus objetivos de longo prazo.
A falsa produtividade ainda é visível em práticas, como:
- Passar o dia inteiro em reuniões intermináveis, esdrúxulas e sugadoras de energia que criam ceticismo em quase todo mundo
- Gastar horas lendo e respondendo e-mails irrelevantes ou não prioritários só para ficar com a caixa de entrada vazia.
- Tentar fazer várias tarefas ao mesmo tempo, como responder a mensagens de texto enquanto trabalha em um projeto importante. Estudos recentes defendem que a multitarefa frequentemente leva a uma redução na qualidade do trabalho.
- Passar um tempo desproporcional em atividades de baixa prioridade, como a organização da mesa do escritório e pesquisas sem rumo na internet.
- Dedicar tempo substancial em processos burocráticos e documentação, mesmo quando essas atividades contribuem pouco com o resultado final.
- Gastar tempo excessivo planejando tarefas e criando listas de afazeres elaboradas, sem, na verdade, iniciar a execução das tarefas.
- Ficar no escritório até tarde da noite ou trabalhar durante o fim de semana – constantemente e sem pausas adequadas – para parecer que é alguém dedicado ao extremo.
- Investir horas no aperfeiçoamento de detalhes mínimos em uma tarefa, quando um resultado satisfatório já foi alcançado.
A falsa produtividade no trabalho tem tudo para ser prejudicial inclusive fora dele. Ela pode levá-lo ao esgotamento, ao aumento do estresse e, especialmente, à falta de tempo para atividades verdadeiramente significativas, como dedicar-se à família, cuidar da saúde mental e cultivar relacionamentos pessoais.
Lembre-se: produtividade não se trata de fazer mais coisas do que você já faz. Ela exige, antes de qualquer coisa, que você focalize o seu tempo e energia em tarefas e atividades geradoras de valor. Como ensinou o grande mestre Peter Drucker:
Nada é menos produtivo do que tornar eficiente algo que nem deveria ser feito”.
Ouça a entrevista sobre esse mesmo assunto que fizemos na coluna da rádio CBN: