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Arrojo é a palavra-chave

Alguns empresários estão mostrando que é possível crescer num cenário de caos ao combinarem coragem e senso de oportunidade na direção de seus negócios

 

arrojadoHá pelo menos dois anos, o Brasil vem sofrendo as consequências de uma grave crise econômica que provocou o fechamento de milhares de empresas país afora e levou muitas outras a tomar decisões difíceis, como corte de investimentos, redução de pessoal e fechamento de unidades inteiras.

O efeito colateral desse tipo de movimento estratégico é que errar na dose praticamente sepulta o futuro da companhia. Quero dizer, você até pode aportar o barco, mas é crucial manter os motores ligados para a partida no primeiro sinal de recuperação do mercado ou concorrentes mais ágeis aproveitarão as oportunidades de uma só vez.

Agora, o que chama atenção, é o fato de que alguns empresários estão mostrando que também é possível crescer num cenário de caos com certa dose de arrojo. Ou seja, ao combinarem coragem e senso de oportunidade na direção de seus negócios.

Ser arrojado é muito diferente de agir como maluco, irresponsável ou de forma intempestiva. Tem a ver com avaliar os riscos envolvidos e, diante de uma probabilidade de sucesso superior a 65%, não pensar duas vezes em fazer o que a intuição e o olhar visionário já indicam há algum tempo. E é claro, não se deixar guiar apenas pelo bom senso e aquilo que é racional.

Mas, o que é ser arrojado na prática? É fazer o que seus concorrentes não ousam fazer. Manter o quadro de pessoal quando as demais empresas do setor estão demitindo, contratar gente mais qualificada, abrir uma nova loja, transformar o portfólio de produtos e serviços, ou até mesmo entrar num novo negócio.

Talvez você não seja uma dessas pessoas e esteja se perguntando: “Como posso ser alguém que arrisca sem me tornar um apostador suicida?”

Primeiro, é bom saber que pessoas arrojadas tomam decisões rápidas, mas valorizam os processos de planejamento e execução. Jogam alto, contudo não contam com a sorte. Sabem que o sucesso de suas empresas está ligado à capacidade de conceberem o futuro desejado e, especialmente, colocá-lo em prática.

Uma atitude comum, também, é a troca de experiências com profissionais do mesmo perfil, independente do segmento em que atuam. Estar próximas a pessoas que possam inspirá-las a continuarem a ser protagonistas em seus mercados. Um leão que vive em meio a gafanhotos acaba se tornando um deles depois de certo tempo.

E é claro, pessoas arrojadas sabem escutar o que a intuição lhes sugere. Lembra-se da última vez em que a razão lhe dizia para seguir numa direção, mas você “sentiu” que precisava fazer o contrário e o resultado acabou sendo positivo? Seguir o próprio feeling é uma atitude crucial.

Por outro lado, lembre-se de que o arrojo nem sempre diz respeito à capacidade de implementar algum tipo de ação que promova o crescimento. Às vezes, está numa decisão muito mais difícil, como reduzir o tamanho ou mesmo fechar as portas da companhia.

Momentos de incerteza na economia alteram os principais players da maioria dos mercados porque aqueles que são arrojados ocupam o espaço dos que são lentos demais. Às vezes, ousar não é uma escolha, mas uma obrigação. Ainda assim, parece-me que muitos empresários têm optado pela paralisia.

Wellington Moreira

Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Como desenvolver líderes de verdade” (Ed. Ideias e Letras), “Líder tático” e “O gerente intermediário” (ambos Ed. Qualitymark).

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