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O valor de uma experiência internacional

O que todo profissional deve levar em conta antes de se aventurar num intercâmbio e como fazer para garantir empregabilidade no retorno ao país.

experiencia-internacionalAdolescentes e jovens brasileiros fazem intercâmbios em territórios estrangeiros como forma de adquirirem fluência num segundo idioma e também para conquistarem maturidade, ao mesmo tempo em que profissionais têm deixado o país com o claro objetivo de lastrearem uma grife em seus currículos.

Para quem está iniciando a carreira e acaba de sair da adolescência, mesmo que ainda haja várias incertezas, um período vivendo em outro país contribui para o desenvolvimento de competências que as corporações valorizam; entretanto, para aqueles que já possuem uma profissão sólida, é preciso avaliar até que ponto a estratégia traçada para este upgrade é sensata. Ir para fora e trabalhar em áreas que não têm nada a ver com a sua formação, pouco ajuda a despertar a atenção dos principais recrutadores do mercado, como é o caso de quem acredita ser um melhor engenheiro só porque trabalhou como barman em Londres.

O currículo realmente fica recheado quando o intercâmbio cultural é acrescido de um importante curso de especialização numa universidade conceituada, pois poucos conseguem um certificado internacional e a lei da oferta e procura tende a recompensar o esforço. Por outro lado, cursos deste naipe não são para todos os bolsos e vale a pena refletir, pois normalmente, os resultados não são instantâneos e quem busca uma experiência internacional deve saber que é preciso ter um pouco de paciência. Depois de um ou dois anos fora, qualquer profissional requer um período de readaptação ao mercado e as primeiras entrevistas tendem a ser frustrantes.

Contudo, isto não deve desanimar os interessados a vivenciarem um intercâmbio. Experimentar as novidades de um outro país pode ser atraente por vários aspectos e o direcionamento profissional é apenas um deles. Conhecer novas pessoas, visitar lugares fantásticos e ter a possibilidade de aprender diferentes hábitos culturais também costuma ser fascinante, mas, de qualquer forma, é imprescindível sair daqui já sabendo de antemão o que se quer obter lá fora.

As empresas não contratam um funcionário somente por sua bagagem técnica, também consideram a adequação do perfil individual à cultura da organização. Neste sentido, a experiência do intercâmbio tende a complementar a vivência da pessoa por meio de novas percepções e comportamentos, como:

– Valorização à diversidade. Quem vive, mesmo por pouco tempo, em uma outra cultura, percebe como as pessoas lidam de maneira diferente com as mesmas situações, e esta imersão cultural é valiosa para que a pessoa deixe seus preconceitos de lado e aprenda que há diferentes formas de se analisar igual questão.

– Relacionamento interpessoal. Quando se está num ambiente onde ainda não há fortes laços é imprescindível assumir atitudes que favoreçam a aproximação das pessoas, visto que fazer novos amigos é primordial para que se consiga encarar a realidade apresentada. Mesmo os mais tímidos, dão grandes passos quando enfrentam tal desafio.

– Resiliência. Intercambistas normalmente comentam que retornam muito mais abertos à mudança porque enfrentam cotidianamente transformações bruscas que impactam a sua forma de ver o mundo. Não é simples ter de se adaptar de uma hora para outra a uma nova moradia, alimentação, hábitos e pessoas com as quais nunca se conviveu.

Por último, cabem algumas considerações importantes, a saber:

– Sair só para ganhar dinheiro pode ser uma fria porque o profissional retornará com um grau de empregabilidade muito baixo e, portanto, com mínimas possibilidades de adquirir uma boa colocação.

– Fazer trabalhos temporários enquanto estiver matriculado em algum curso ajuda a cobrir despesas de viagem e ainda confere uma excelente oportunidade para imersão na cultura local.

– Não se pode esquecer que a permanência em outro país – fora os de língua portuguesa – possibilitará o aprendizado de outro idioma e, dependendo da profissão, isto será um diferencial e tanto. Por conseguinte, não se recomenda morar com brasileiros, já que a tendência é de falar apenas a língua materna, atitude muito mais cômoda.

UM RECADO PARA VOCÊ
Se tudo o que foi exposto acima está estimulando ainda mais o seu desejo de fazer um intercâmbio, mas aparentemente esta viagem não trará benefícios profissionais e está mais ligada a um sonho de infância que pode ser realizado agora, então só posso dizer: viaje assim mesmo. Talvez não haja uma outra oportunidade tão próxima e a sua carreira exigirá atenção constante a vida inteira. Divirta-se, aprenda e depois retorne contando suas histórias.

Wellington Moreira

Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Como desenvolver líderes de verdade” (Ed. Ideias e Letras), “Líder tático” e “O gerente intermediário” (ambos Ed. Qualitymark).

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