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Acompanhar é preciso

Os gestores devem acompanhar seus liderados mais de perto, principalmente aqueles que possuem uma performance superior no trabalho.

Dias atrás, ouvia um empresário queixar-se de uma situação que deixaria qualquer pessoa apreensiva: ele investiu dois anos na preparação de uma equipe (gerente e dois supervisores) para dirigirem a filial de sua empresa num outro município e quando tais funcionários chegaram à performance necessária, simplesmente foram embora e montaram uma empresa concorrente. E o pior, levaram consigo os melhores vendedores da equipe.

Ao lerem esta história, muitos devem estar pensando: “É por isto que eu não invisto em meus funcionários. A gente leva um tempão para prepará-los e depois deixam a gente na mão”. Cuidado com este raciocínio inicial, pois a maior punição para um empresário é permanecer com colaboradores despreparados e que pouco contribuem com o lugar onde trabalham. Um motivo que, aliás, explica o fechamento de muitas empresas pelo país.

Todavia, desenvolver as pessoas e não acompanhá-las de perto também é um risco que se deve evitar. Neste caso específico os profissionais decidiram montar o próprio negócio com a ajuda de um investidor financeiro que lhes seduziu por meio de uma proposta atraente, mas muitas vezes as pessoas saem porque acreditam não terem seus esforços reconhecidos e qualquer oferta é suficiente para que aceitem mudar de empresa. Por conseguinte, pense em como atrair as pessoas e desenvolvê-las, mas também em como reter aqueles que oferecem uma contribuição real à sua organização.

Quando se trata de profissionais fora de série, o custo de contratar um outro que venha a ocupar o mesmo cargo é muito maior do que dar um aumento de salário ou oferecer a atenção necessária para aquele que já está fazendo o seu trabalho direito. É claro que ninguém é insubstituível, mas alguns cargos exigem mais do que experiência ou capacidade profissional e tais requisitos são conquistados apenas com o passar do tempo, como é o caso da confiança pessoal.

Sendo assim, procure acompanhar de perto os seus principais colaboradores a fim de não levar sustos de última hora e trate de ter um sucessor em vista para cada um dos cargos mais importantes, isto é, vá preparando alguém que possa fazer o mesmo trabalho se determinada pessoa não permanecer na empresa.

Para os gestores que atuam na área operacional, muitos problemas podem ser evitados ao se promover o rodízio de atividades entre os colaboradores de determinado setor com o objetivo de que todos dominem as funções da área. Assim, quando alguém precisa sair de férias ou é desligado, o trabalho continua a fluir sem conseqüências destacáveis.

Se você é o profissional fora de série em questão e pretende desligar-se da empresa onde trabalha, tome três atitudes importantíssimas: 1) informe a empresa com o máximo de antecedência para não prejudicar os projetos em andamento, 2) transmita seus conhecimentos e habilidades para a pessoa que ocupará o seu cargo, e 3) “deixe as portas abertas”. O mundo dá muitas voltas e um bom relacionamento com o antigo empregador poderá ajudá-lo a receber indicações para oportunidades futuras, por exemplo.

Ah, o empresário da história acima já conseguiu contratar um novo gestor para a filial, mas teve que se mudar temporariamente para o outro município a fim de salvar o seu negócio. É que o gerente recém-contratado veio de um segmento de mercado diferente e, além disto, tem encontrado dificuldades para contratar supervisores com experiência na área.

Algumas perdas realmente fazem estragos. É melhor evitá-las acompanhando as pessoas numa distância em que seja possível tomar providências rápidas e sanatórias.

Wellington Moreira

Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Como desenvolver líderes de verdade” (Ed. Ideias e Letras), “Líder tático” e “O gerente intermediário” (ambos Ed. Qualitymark).

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