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Compliance, uma estratégia de sustentabilidade corporativa

Estar em conformidade com leis e normas beneficia a imagem e o desempenho das empresas

O diretor executivo de Práticas Empresariais e Políticas Públicas do Instituto Ethos, Caio Magri, acredita que em 2016 veremos um grande número de empresas trabalhando para melhorar seus mecanismos de integridade. Segundo ele, esta mudança na cultura organizacional vem sendo absorvida no Brasil ao mesmo tempo em que há uma pressão crescente do mercado por boas práticas.

“Isso vem de uma cultura empresarial que está sendo aos poucos entendida, de que não adianta fazer negócios ilícitos. Você não faz negócios com multinacionais se não demonstrar isso. É um tema urgente, discutido em todos os conselhos de administração das empresas importantes”, destaca.

Os tais mecanismos de integridade existem para garantir a conformidade, tradução do termo original em inglês, compliance. Estes mecanismos, ressalta Magri, dependem da natureza e do setor da empresa, porém, devem existir em todas, de pequenas a grandes.

“Hoje, ter mecanismos de integridade é uma estratégia corporativa de sustentabilidade financeira, econômica, social, ambiental. Se a empresa não tiver e for envolvida ou cometer um delito, ela vai pagar muito mais caro, multas maiores, penalizações maiores”, informa o diretor.

As penalizações citadas por Magri estão previstas na Lei 12.846/2013, a chamada Lei Anticorrupção, que prevê a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública.
Mas o termo compliance extrapola a definição de estar em conformidade com as leis, na opinião do diretor executivo da Caput Consultoria, Wellington Moreira. Segundo ele, a empresa pode estabelecer para si algumas regras próprias, independentemente de legislações ou normas.

“A empresa estabelece normas rígidas, as vezes até mais rígidas que determinadas leis, em áreas trabalhistas, fiscais, previdenciárias, etc. A primeira fase é criar um manual de conduta”, explica. A partir do manual, criado pela mais alta direção da empresa, as regras e normas da organização ficam claras para todos os stakeholders.

Outros mecanismos também são bem-vindos, como a criação de um número 0800 para denúncias anônimas, grande aliado das corporações, segundo o diretor do Instituto Ethos, além de comitês de ética e de investigação.

"A primeira fase é criar um manual de conduta", orienta Wellington Moreira, da Caput Consultoria
“A primeira fase é criar um manual de conduta”, orienta Wellington Moreira, da Caput Consultoria. Crédito: Gustavo Carneiro

Benefícios
Os benefícios de estar em compliance são enormes para a imagem da empresa e, consequentemente, para sua atuação comercial no mercado. Os mecanismos de integridade diminuem o risco de fraude e de desvio de recursos, trazendo, ainda, vantagens econômicas.

“Se tem uma fraude no setor de compras, provavelmente a empresa está pagando mais, está reduzindo seu lucro. Se você tem um mecanismo de integridade você vai pegar esse cara e demitir por justa causa”, destaca Magri. O Instituto Ethos, em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), vem reconhecendo o esforço de corporações com a integridade por meio do Pró-Ética, um cadastro que certifica, anualmente, empresas com boas práticas comerciais no mercado.

Fonte: Cecília França, Folha de Londrina

Link para a reportagem na web: http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1–2254-20160228&tit=compliance+uma+estrategia+de+sustentabilidade+corporativa

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