Desde que o conceito de startup se radicou no Brasil, a quantidade de pessoas que se dedicam a criar e revitalizar o mercado só tem aumentado. Uma parte disso devido ao sucesso exponencial de alguns negócios como Nubank, Pagseguro, 99 ou mesmo porque passaram a olhar as oportunidades com outros olhos.
Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups), em 2019 existiam 12 mil empresas no Brasil seguindo esse modelo e a tendência é de crescimento. Mas você sabe realmente o que é uma startup?
O termo tem sido muito utilizado, mas nem sempre as pessoas compreendem exatamente o que é. Muitos acreditam que basta ser jovem, ter estrutura pequena e atuar com tecnologia é o suficiente para declarar-se startup. Na prática o “buraco é mais embaixo”, pois uma startup deve ter no seu DNA a busca por validar um novo modelo de negócios.
Confesso que é desafiador tentar definir um conceito único, pois existem diferentes perspectivas e as mudanças são constantes e rápidas, mas resolvi abordar três fatores importantíssimos para se caracterizar como startup:
1) Apresentar algo inovador
Vamos definir inovação com a busca constante por obter diferencial competitivo no mercado, tornar obsoleto algo que existe atualmente, ou como é comum dizer, ser disruptivo, desestabilizando os concorrentes que antes dominavam um setor. Parece simples, mas ser inovador é quebrar padrões, modelos ou tecnologias já estabelecidas no mercado e algo que ainda é barreira para muitos empreendedores.
2) Ser escalável
Isso significa obter uma curva de crescimento exponencial em um ritmo muito acelerado, sem alterar o modelo proposto. Quer dizer que se pode reproduzir repetidamente em grande quantidade, com grande ganho de produtividade, mas sem aumento substancial dos custos, pois utiliza uma estrutura básica.
3) Ser repetível
Um negócio repetível é aquele que consegue entregar o mesmo produto ou serviço em escala e de maneira ilimitada. Para isso, primeiro você testa seus modelos com uma pequena base de clientes, faz os ajustes necessários de produtos, serviços, marketing e entrega e, depois, replica esse processo em larga escala. Fica claro então que, para um negócio ser escalável, ele deve ser, primeiro, repetível.
Além disso tudo, uma startup nasce e vive em um cenário de incerteza, pois não há como afirmar se aquela ideia e projeto de empresa irá realmente dar certo. Portanto, o risco está no caráter experimental do negócio que não foi criado a partir de referências anteriores.
É claro que para tudo isso, o uso da tecnologia de forma significativa é imprescindível e é por isso que acabam surgindo os ecossistemas, onde outras empresas ou instituições ajudam no crescimento e desenvolvimento do negócio. No mundo das startup não se vive sozinho!
Boas ideias é a essência deste modelo de negócios, mas não fazem milagres sozinhas. Se pensar em criar uma startup, tomando por base um negócio do modelo convencional, provavelmente encontrará grandes barreiras.
Você tem interesse em mergulhar nesse novo mundo? Prepare-se, começando pela busca de um novo olhar para o mercado em que atua. Para isso, um bom começo é conversar com pessoas que já atuam nesse cenário como incubadoras, aceleradoras, organizadores de eventos de vanguarda e empreendedores que já trilharam esse caminho.
