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Mentoria reversa: o que líderes aprendem com as novas gerações

Como você pode evoluir com o olhar fresco dos jovens profissionais que estão por perto

Quando se fala em mentoria, a imagem que vem à mente costuma ser a de um profissional experiente orientando alguém mais jovem. Porém, e se invertermos os papéis? Os jovens são os mentores e os líderes experientes os mentorados.

A ideia é simples: as novas gerações têm muito a nos ensinar, especialmente em um mundo cada vez mais digital, diverso e ágil. Essas pessoas cresceram cercadas por tecnologia, têm uma relação estreita com temas atuais e ainda enxergam o trabalho de um jeito que desafia paradigmas antigos, inspirando novas formas de liderar.

Por meio da mentoria reversa você pode aprender, por exemplo, sobre fluência digital. Plataformas, aplicativos, redes sociais e ferramentas de produtividade são parte do cotidiano dos jovens, que dominam essas tecnologias com naturalidade. Bem diferente do que vemos em grande parte dos gestores, que cresceram em um ambiente analógico.

Outro ponto é a sua perspectiva sobre inclusão e diversidade. As novas gerações têm muito a ensinar acerca dos benefícios de espaços de trabalho mais diversos e igualitários. Todos os dias encontro líderes que, apesar de bem-intencionados, inconscientemente reproduzem modelos, filosofias e práticas de gestão que não funcionam mais.

A cultura da colaboração também é algo que a geração Z e os millennials dominam. Para eles, o trabalho não é um espaço de competição, mas de construção conjunta. É por isso que valorizam equipes horizontais e a troca constante de ideias. O tipo de mentalidade que ajuda líderes a reverem práticas hierárquicas que, em alguns contextos, sufocam a criatividade e a inovação.

Além disso, os jovens de hoje colocam qualidade de vida e propósito no topo da lista de prioridades. O tipo de visão que desafia líderes a refletirem sobre como estão estruturando suas equipes e como podem tornar o ambiente de trabalho mais saudável e alinhado aos valores das pessoas. Afinal, você não quer perder seus profissionais mais talentosos, correto?

Uma empresa que implantou programas de mentoria reversa com sucesso é a General Electric (GE), que há mais de uma década adota a prática para ajudar seus líderes a compreenderem a transformação digital. Jovens profissionais foram designados para ensinar executivos sêniores sobre redes sociais, e-commerce e outras ferramentas digitais.

Mais um caso interessante é o da Procter & Gamble (P&G), que integrou jovens profissionais como membros de conselhos estratégicos para trazer insights frescos e aproximar a empresa das tendências de consumo emergentes. O tipo de abordagem que revelou à companhia que a inovação muitas vezes vem da escuta ativa.

Porém, lembre-se que a mentoria reversa só dá certo quando os líderes estão dispostos a aprender de verdade. Deixam o ego de lado, adotando uma postura de curiosidade, abertura e troca genuína em que mentor e mentorado compartilham experiências e perspectivas a fim de aprenderem juntos.

A pergunta não é mais se as novas gerações têm algo a ensinar, mas se os líderes estão prontos para ouvir. E você, está? Liderar é, acima de tudo, um ato de humildade e de busca por crescimento a cada dia.

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