O senso de urgência é um dos traços culturais mais valiosos que a sua empresa pode ter. Afinal, de que adianta ter uma estratégia promissora ou ideias à frente do tempo quando não se é capaz de executá-las com sucesso antes dos concorrentes? Como ensina Jeff Bezos: “Velocidade é uma vantagem competitiva”.
Porém, é crucial saber a diferença entre o verdadeiro senso de urgência, o falso senso de urgência e a complacência para não cair em armadilhas bastante comuns que podem prejudicar o desempenho de todo mundo em sua empresa.
O verdadeiro senso de urgência tem a ver com agir rapidamente diante de desafios e oportunidades reais, mas de forma coordenada e estratégica. Não é apenas sair correndo mais rápido e sim a determinação instintiva de focar naquilo que realmente importa a fim de avançar e vencer hoje.
Pense na hipótese de você estar à frente de uma empresa de tecnologia e acaba de descobrir que seu principal concorrente lançará um produto inovador. Senso de urgência é mobilizar o seu time para reagir logo ao movimento do outro player, contudo com estratégia e ações coordenadas. Não é ser apressado ou agir loucamente.
Em contrapartida, o falso senso de urgência é aquele que provoca agitação e estresse, mas sem resultados práticos. Apesar de todo mundo estar ocupado, os problemas reais não são resolvidos. Ou seja, a liderança responde às emergências, muitas vezes criadas artificialmente, sem atacar questões estruturais.
Como é o caso daquela empresa na qual é comum acontecer reuniões de última hora, os prazos são sempre apertados, decisões importantes acabam tomadas de forma precipitada, projetos terminam com a mesma rapidez que foram iniciados e por aí vai… Muito corre-corre, tensão e ansiedade que não dão em nada.
Já a complacência é o comportamento típico da empresa que se acomoda com os sucessos passados, ignorando sinais de que o mercado está mudando. Contudo, não pense que ela costuma ser fruto de uma visão míope acerca do contexto e sim de um sentimento. Ainda que todos vejam os problemas, não acreditam que é preciso fazer alguma mudança de atitude no curto prazo.
Um exemplo clássico é a Kodak, que dominou o mercado de filmes fotográficos, mas foi lenta em adotar a tecnologia digital. A confiança no modelo antigo fez com que a empresa fosse superada por concorrentes mais ágeis, resultando em seu declínio e irrelevância.
Portanto, você deve evitar tanto o falso senso de urgência quanto a complacência. E, ao invés de reagir a cada crise impulsivamente, é necessário fomentar uma cultura que priorize a ação rápida e estratégica, com foco em tarefas que realmente impactam o sucesso da organização.
O consultor norte-americano John Kotter é um dos principais estudiosos do tema nas últimas décadas e ensina:
O verdadeiro senso de urgência não é uma energia frenética, mas sim uma força disciplinada, guiada por uma necessidade real e significativa de avançar”.
E então, a sua empresa é um lugar onde reina o verdadeiro senso de urgência, o falso senso de urgência ou a complacência?