Ter colaboradores altamente engajados com a empresa está na lista de desejos de quase todos os empregadores do país, independente do negócio, porte, região de atuação ou tempo de mercado. Porém, já aprendemos que gente comprometida não é obra do acaso.
Nos projetos de consultoria que conduzo em diferentes empresas percebo que, no fundo, existem dois tipos de colaboradores: os que agem como verdadeiramente donos do seu emprego e aqueles que simplesmente o alugam, como inquilinos.
O profissional que vê o trabalho como um aluguel temporário do tempo ao empregador cumpre as tarefas burocraticamente, com o mínimo de envolvimento possível. Ele até pode ser competente em suas responsabilidades, mas não contribui além do básico. Por vezes entediado, espera o fim do expediente e o próximo pagamento.
Já aquele que se sente como um verdadeiro dono do emprego não é um mero cumpridor de tarefas. Pelo contrário, busca constantemente maneiras de aprimorar os processos internos, apresenta ideias e colabora ativamente com os colegas. Mais ainda: enxerga o sucesso da empresa como o seu próprio sucesso.
A mesma diferença que existe quando você cuida do seu carro ou de um carro alugado. Ou ainda, do tipo de investimento que se dispõe a fazer na hora em que precisa reformar a sua casa ou é um mero inquilino do imóvel.
E o que a sua empresa pode fazer para contar com pessoas que realmente têm espírito de dono? Todas as pesquisas revelam que algumas práticas são essenciais:
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Mantenha uma comunicação aberta e transparente.
Informações sobre os objetivos da empresa, desafios e conquistas devem ser compartilhadas de forma clara e regular.
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Incentive a participação das pessoas na tomada de decisões.
Consulte-as sobre questões relevantes e leve em consideração suas opiniões. Isso cria um senso de pertencimento que se reflete em inúmeras coisas no dia a dia.
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Ofereça oportunidades de desenvolvimento profissional.
Cursos, treinamentos e programas de capacitação ajudam os colaboradores a aprimorar suas habilidades e ainda perceber que a empresa se preocupa com eles genuinamente.
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Crie um ambiente de trabalho leve e respeitoso.
Quando as pessoas sentem que “estão em casa” e são bem tratadas por todo mundo, tendem a se comprometer muito mais com a empresa.
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Promova um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal.
Fique atento ao bem-estar de quem trabalha com você, reconhecendo que as pessoas também têm uma vida lá fora que merece atenção. Lembre-se: quase todo mundo quer trabalhar para viver em vez de viver para trabalhar.
Os colaboradores geralmente não ingressam nas companhias como donos do emprego nem inquilinos. Eles se transformam em um ou outro dependendo do tipo de vínculo que a organização estabelece com eles por meio de sua cultura, políticas e práticas de gestão.
Se a sua empresa conta com muitos profissionais que simplesmente alugam o tempo, a falha maior possivelmente não está neles. O comportamento do time é uma consequência e não a causa.
Pense nisso!