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Você é prolixo ou fala demais?

Descubra como a falta de objetividade pode comprometer sua liderança

Você é prolixo ou fala demais?Um dos maiores desafios de quem ocupa posições de liderança é saber se expressar com clareza. De nada adianta ter boas ideias se, ao compartilhá-las, você se perde em explicações intermináveis, repete conceitos óbvios ou entra em detalhes irrelevantes. Enfim, é alguém prolixo.

No dia a dia corporativo, encontramos líderes que gastam vinte minutos para transmitir algo que poderia ser dito em três. O resultado? Pessoas confusas, desatentas ou simplesmente cansadas. Em reuniões, isso se traduz em perda de foco e desperdício de energia.

Outro caso comum é o do líder que tenta dar feedback. Em vez de apontar claramente o ponto de melhoria, ele começa por rodeios: “Olha, eu sei que você tem feito um bom trabalho, mas existem algumas questões que talvez precisem de ajustes, e eu não sei se é o caso de agora ou mais para frente…” – até que o colaborador já não sabe se está sendo elogiado ou criticado.

A psicologia da comunicação mostra que a atenção humana é limitada. Um estudo da Microsoft revelou que, em média, conseguimos manter foco ininterrupto por apenas oito segundos antes de sermos capturados por distrações. Ou seja, em ambientes cheios de estímulos, líderes prolixos perdem a disputa pela atenção.

Isso explica por que, muitas vezes, profissionais com expertise técnica acima da média não conseguem se consolidar como líderes: não é que lhes falte conhecimento, mas sim a capacidade de expressá-lo de maneira clara e direta ao conduzir um time.

Outro bom exemplo é o de Jeff Bezos, fundador da Amazon, que ficou famoso por cortar apresentações de PowerPoint em reuniões executivas. Em vez de longos slides, ele pede que seus gestores escrevam textos concisos de até seis páginas, claros e diretos, que todos leem em silêncio antes da discussão. O raciocínio é simples: se você não consegue explicar sua ideia com precisão, talvez ainda não tenha entendido bem o que quer propor.

Comunicar com objetividade não significa ser alguém superficial. Significa sim ser capaz de organizar o pensamento e eliminar o que não agrega. Churchill, um dos maiores oradores do século XX, costumava preparar longamente seus discursos curtos justamente porque sabia do impacto da concisão. A síntese é irmã da profundidade.

Se você busca evoluir no exercício da liderança, três perguntas ajudam a reduzir a prolixidade:

  1. O que exatamente quero que as pessoas entendam?
  2. Qual é a forma mais simples de transmitir essa mensagem?
  3. O que posso eliminar sem comprometer o sentido?

Ser claro e objetivo é uma forma de respeito. Respeito ao tempo do outro, à sua atenção e à sua inteligência. Líderes que dominam a arte da precisão comunicam mais, gastando menos palavras. E, paradoxalmente, são lembrados por muito mais tempo.

Como já dizia Antoine de Saint-Exupéry: “A perfeição é alcançada, não quando não há mais nada a acrescentar, mas quando não há mais nada a retirar.”

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Wellington Moreira

Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Como desenvolver líderes de verdade” (Ed. Ideias e Letras), “Líder tático” e “O gerente intermediário” (ambos Ed. Qualitymark).

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