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Desmotivação tira 15,8 mi da escola

Números do PNAD revelam que os problemas de qualificação do trabalhador brasileiro estão longe de ser sanados num futuro próximo.

escolaHá muito que comemorar quando o assunto a ser discutido é o acesso do brasileiro à escola, entretanto também há muito espaço para lamentações. Um exemplo disto é a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2004 e divulgada durante esta semana.

O estudo aponta que 15,8 milhões de estudantes de até 17 anos (26,28% do total) não freqüentam a escola por falta de vontade ou de incentivo dos responsáveis. Sempre é bom lembrar que em 2004, o país tinha 60,1 milhões de pessoas nesta faixa etária.

A pesquisa ainda revelou que 47,8% dos alunos nordestinos entre 15 e 17 anos não possuem interesse em estudar. Na faixa de 0 a 6 anos (creche e pré-escola) o Sul liderou o índice com 44,4%, o mesmo ocorrendo com os 39,1% de alunos com idade entre 7 e 14 anos desmotivados que residem nesta região.

Entretanto não é apenas o desinteresse que faz com que milhões de estudantes brasileiros fiquem fora da escola, destacando assim que existem outros problemas a serem solucionados. São eles:
– 15,6% disseram que não há creche ou escola próxima de casa, faltam vagas ou transporte;
– 2,7% têm afazeres domésticos ou trabalho; e
– 2,5% não têm dinheiro para mensalidade, material escolar e transporte.

No quesito falta de vagas, escola perto de casa ou de transporte, as regiões Norte e Centro-Oeste lideraram entre os jovens de 7 a 14 anos (20,9% e 19% respectivamente), enquanto que as crianças do Sul menores de 7 anos sentem mais esta dificuldade de acesso (21,1%).

Ainda, aproximadamente 3 milhões de crianças 4 e 6 anos estão sem estudar devido à pouca oferta de escolas de educação infantil. A PNAD também destaca que a proporção de crianças nesta faixa etária freqüentando a escola está diretamente relacionada às condições financeiras das famílias: quanto mais baixo o rendimento, mais crianças fora da escola.

É preciso olhar estes números atentamente porque as dificuldades de acesso à escola combinadas com o desinteresse pelo estudo contribuem – e muito – para a baixa qualificação do trabalhador brasileiro na atualidade. E sem programas de incentivo focados na realidade de cada estado brasileiro será difícil reverter este quadro que inibe a possibilidade de crescimento sustentável no país.

Ao olharmos os números acima precisamos ver que estamos um criando um “País do Futuro” com profissionais despreparados, isto é, um país que não saberá lidar com os desafios de uma hiper-competição global. Alguém já viu este filme antes?

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