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O profissional commodity

Saiba porque não é nada bom ser enquadrado neste perfil e o que fazer para não ver a própria carreira ser transformada em mercadoria facilmente substituível.

A origem da palavra commodity está relacionada aos aventureiros portugueses que, no século XVI, viajavam por mares e desbravaram novas terras em busca de riquezas, territórios e, principalmente, especiarias como pimenta, cravo, canela e noz-moscada.

Durante este período, eles utilizavam a pimenta para conservar os alimentos tendo esta o nome de “comodidade”, por garantir maior sobrevida à maioria dos gêneros consumidos. Posteriormente, os ingleses traduziram o mesmo conceito para produtos semelhantes chamando-os de commodities.

Como você pôde compreender, inicialmente o termo commodity se referia a produtos próprios para o consumo humano, entretanto atualmente está relacionado àqueles que têm especificações padronizadas e são negociados em grandes quantidades, sejam eles diretamente comestíveis ou não. Como é o caso de gêneros agrícolas (café, açúcar e soja), metais (ouro e prata) e moedas (dólar, real e euro), por exemplo.

A commoditização da carreira
As mudanças tecnológicas e na própria gestão dos negócios têm reinventado inúmeras profissões, fazendo com que a carreira de milhões de pessoas no mundo assuma o status de produto básico de consumo, ou seja, a força de trabalho da maioria virou commodity e se não for acrescida rapidamente de um diferencial qualitativo limitará as opções de carreira destas pessoas.

Portanto, além de possuir uma boa formação superior em uma faculdade de ponta, o mercado cobra cada vez mais um segundo idioma, cursos de pós-graduação, o desenvolvimento de habilidades tipicamente gerenciais e comportamentos proativos nas mais diversas ocasiões. Diferenciais apreciados pelas empresas e que transformam a carreira de muitos em verdadeiras “jóias raras” altamente disputadas.

Os diferenciais qualitativos
É claro que a maioria dos profissionais deseja fazer algo que ninguém faz. Contudo, são poucos aqueles que verdadeiramente conseguem se destacar inovando em sua área de atuação. Por isto, antes de sair pelo mercado propagando que possui alguns diferenciais qualitativos, avalie se o que você está oferecendo é realmente valioso e até que ponto as pessoas (e empresas) obterão vantagens competitivas ao trabalharem contigo. Em outras palavras, é mais fácil conseguirem sucesso se estiverem contando com suas valiosas competências ou aquilo que você tem pode ser encontrado em vários outros profissionais?

Para auxiliá-lo neste processo, sugiro:

1. Aprimore-se constantemente. Fique atento aos bons cursos que invariavelmente aparecem em sua área específica de trabalho e destine uma parcela do seu salário para investir em educação continuada. Também agregam muito valor os programas que não possuem relação direta com sua atuação profissional, mas conferem novos conhecimentos e habilidades que ajudam a ampliar sua visão de mundo.

2. Planeje sua carreira. Faça um Plano Estratégico que identifique seus pontos fortes e fracos, bem como as ameaças e oportunidades que tem enfrentado em sua carreira. A partir daí, visualize os cenários possíveis e defina metas que o ajudarão a atingir seus objetivos profissionais de alta alavancagem.

3. Seja criativo. Coloque a sua cabeça para funcionar refletindo quais são as necessidades que ninguém de sua área tem se preocupado em atender. Conheço um dentista que, em 2002, deixou de ser commodity ao oferecer seus serviços durante o horário do almoço, algo que ninguém fazia até então. Em pouco tempo, sua clientela aumentou e ele alcançou visibilidade perante o mercado, pois as pessoas utilizam sua criatividade ao encontrar soluções simples e não apenas quando tem idéias mirabolantes.

Por fim, não se acomode após conquistar suas vitórias. Este é um péssimo hábito que muitos profissionais têm e explica a commoditização de suas carreiras. Sempre avante!

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