Reconhecer os momentos nos quais é imprescindível gerenciar e aqueles onde liderar é o melhor caminho talvez seja o grande dilema que os gestores atuais têm enfrentado. Mas, quais são as diferenças entre o gerente e o líder?
Primeiramente, gerenciar é cuidar das coisas, dos processos, das atividades e do bom desempenho daquilo que precisa ser feito, isto é, garantir a execução das tarefas que estão sob o guarda-chuva de seu cargo. Sendo assim, quando você consegue finalizar um projeto dentro do prazo e com sucesso, é um gerente eficaz. O mesmo vale para as reuniões que são agendadas e nas quais distribui diferentes afazeres e uma semana depois consegue se certificar de que os trabalhos foram concluídos com êxito.
Liderar é priorizar as pessoas, a sua capacitação e a relação de trabalho com elas. Portanto, você lidera quando facilita um bom clima organizacional, preocupa-se com o bem-estar de todos e inspira os colaboradores a oferecerem o melhor de si para a companhia. Quando faz com que as pessoas não trabalhem apenas por dinheiro e vejam em você alguém no qual possam confiar.
Posturas diferentes, mas complementares e que ajudam a explicar a ineficácia de muitos gestores que, habilidosos em gerenciar ou liderar, esquecem que as duas coisas são igualmente importantes ou nem mesmo percebem que o desenvolvimento conjunto destas competências – hoje inexistentes – garantiria sua empregabilidade e o êxito da área que conduz.
Vivenciamos um tempo no qual se preconiza a importância dos líderes e pouco se fala do papel do gerente e suas responsabilidades, no entanto os gestores continuarão a ser importantes para as organizações, pois são eles que tocam o dia a dia das empresas. De que vale cuidarmos da visão de longo prazo se os dirigentes não estiverem comprometidos com os resultados que precisam ser alcançados agora?
O “xis da questão” está no equilíbrio entre as duas posturas. Gerentes normalmente são pessoas objetivas, criteriosas, focadas em resultados e que acompanham de perto a performance de seus comandados. Por isto, também colhem antipatias e nem sempre são bem compreendidos. Enquanto isto os líderes têm grande tato para lidar com gente, estão preocupados com a forma com que os resultados são alcançados e a sustentabilidade da companhia, mas nem sempre dão atenção às rotinas administrativas e à gestão do dia-a-dia. Incompreendidos algumas vezes, são vistos como sonhadores e que pouco realizam.
Em suma, se as organizações contarem apenas com líderes, não avançarão consideravelmente rumo a um futuro melhor. É necessário que tenhamos pessoas pragmáticas, voltadas ao processo, atentas aos detalhes das atividades e capazes de indicar as prioridades entre tantas tarefas a serem feitas.
E é claro, como pensar em colaboradores satisfeitos e comprometidos se não houver líderes que estejam preocupados com o desenvolvimento destas pessoas e sua realização profissional, por exemplo? Aliás, a sociedade como um todo está à procura de dirigentes carismáticos que possam estar à frente das instituições públicas e das transformações sociais que o mundo requer. As últimas eleições presidenciais nos EUA provam a veracidade deste raciocínio.
Nem gerentes, nem líderes. As organizações anseiam contar com gerentes-líderes que saibam avaliar correta e competentemente as inúmeras situações que o cenário complexo, turbulento e imprevisível apresenta, sem esquecer que as pessoas também necessitam de uma especial atenção.
Pense nisto!