Alguns anos atrás uma pesquisa conduzida pelo instituto Gallup nos EUA indicou que dois terços das pessoas que pedem demissão de uma empresa o fazem porque não aguentam mais trabalhar com seus respectivos chefes. Portanto, perspectivas futuras, salários atrativos ou um pacote recheado de benefícios é insuficiente para que estas pessoas mudem de ideia.
Em algumas companhias o problema é tão crítico que colaboradores costumam trocar impressões pessoais a fim de evitarem conflitos desnecessários. “Como está o Sr. Fulano hoje pela manhã? Preciso apresentar aquele relatório de trabalho para ele”, alguém pergunta. O interlocutor, cuidadoso, recomenda: “Se eu estivesse em seu lugar deixaria isto para outro dia, pois o homem está bufando desde que chegou. Vai acabar sobrando pra você…”
Caso essa situação seja corriqueira em sua empresa, tenha a certeza de que o desempenho das pessoas é aquém do estado de alta produtividade, já que trabalhar bem num clima desses exige um nível de maturidade e desprendimento que poucos apresentam. Além do mais, aqueles que se sentem injustiçados tendem a desenvolver comportamentos de autoflagelação com alvo certo: punir o gestor por meio do desempenho individual medíocre.
No entanto, ainda bem que existe o outro lado da moeda. Companhias nas quais líderes e liderados cumprem seus respectivos papéis com primor e ninguém fica de cara feia após uma reunião mais acalorada, já que os conflitos funcionais são tratados de modo respeitoso.
E também há aqueles que sabem que não basta conservar um bom relacionamento com quem está acima na hierarquia organizacional; é preciso contribuir decisivamente para o êxito do seu líder. Na prática significa responder à questão: “Como o meu trabalho pode ajudá-lo a conquistar os resultados que precisa entregar à companhia?”
Pessoas que realizam seus afazeres com dedicação, mas encontram-se totalmente desalinhadas daquilo que seus líderes consideram valoroso são vistas como inoperantes ou ineficazes. É por isto que todo colaborador precisa compreender claramente o que seu gestor espera dele. Ou você quer fazer certo as coisas erradas?
Identificar a agenda prioritária dos superiores é de suma importância para que você saiba onde dedicar esforços e quais demandas cumprir. Agir assim não é apenas o correto a fazer, mas aquilo que garantirá a sua ascensão dentro da companhia.
Talvez você tenha um projeto muito interessante ainda em fase embrionária e que pode colaborar para que os propósitos do seu gestor sejam alcançados, mas também é possível que esta mesma ideia revele-se inviável exatamente porque ele precisa entregar algo muito diferente. Você só poderá saber qual é a sua situação se conversarem abertamente a respeito.
Assim, profissionais atentos mantêm-se interessados em relação às metas de quem os lidera para que possam avaliar periodicamente a parcela de sua contribuição. Lembram-se de que o alinhamento entre os colaboradores e seus superiores imediatos – e destes com a cúpula da empresa –, evita uma série de problemas e os ajuda a executarem aquilo que realmente é necessário.
Algumas vezes já fui questionado a respeito da seguinte questão: “E se as metas que meu gestor precisa cumprir não estiverem claras o suficiente para ele?” Tenha a certeza de que, além de um problema de grandes proporções para quem o lidera, as consequências desta falta de orientação já têm respingado em você. Por isto, faça tudo o que for possível para ajudá-lo.
Manter-se alinhado ao seu líder não é operar como um bajulador interesseiro. É atuar de forma inteligente, já que esta é a maneira mais fácil de escancarar seu potencial e entregar ótimos resultados onde trabalha. Além do mais, para muita gente, garantir o sucesso dos superiores tem sido a maneira mais rápida de também chegarem ao topo.