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Volte a estudar, mas não engula qualquer coisa!

O melhor investimento que você pode fazer em sua carreira continua sendo em educação. Porém, como ninguém pode ficar rasgando dinheiro, pague apenas por aquilo que vai te entregar conhecimento tácito.

Se você me permite um conselho profissional, a recomendação é: volte a estudar! Estamos passando por transformações tão profundas no mercado de trabalho que, provavelmente, a caixa de ferramentas que você vem usando há tempos tenha ficado defasada desde que a pandemia atingiu o nosso país.

Mas, calma um pouco aí! Eu não estou dizendo com isso que você deva se inscrever em qualquer curso de pós-graduação ainda nesta semana ou tomar coragem de participar daquela formação de coaching que custa os olhos da cara e que você vem amadurecendo na sua cabeça.

Antes de mais nada, é preciso escolher bem o que estudar. Muita gente se saturou nos últimos meses por ter assistido a toda live e webinar que aparecia pela frente, sem filtro algum. Na ânsia de entender o que estava acontecendo no mundo, sofreu intoxicação engolindo muita coisa que não agregava quase nada.

O melhor investimento que você pode fazer em sua carreira continua sendo em educação. Porém, como ninguém pode ficar rasgando dinheiro, pague apenas por aquilo que vai te entregar conhecimento tácito.

Conhecimento explícito é o saber que, mesmo sem a supervisão de ninguém, você tem condição de absorver por conta própria. Basta a leitura de um bom livro sobre o assunto e algumas horas navegando por vídeos no YouTube. Em contrapartida, conhecimento tácito é aquele você não encontra catalogado nos livros, pois está apenas na cabeça de algumas pessoas. E, além de realmente fazer a diferença, leva anos para você aprender por conta própria.

É justamente aí que um bom curso serve como divisor de águas na carreira. Ele proporciona conhecimento tácito. O facilitador compartilha coisas relevantes que você jamais parou para pensar, a maior parte dos colegas da sala faz provocações inteligentes e o aprendizado gira em torno da resolução de problemas práticos que são apresentados à turma. A apostila fica em segundo plano.

Num curso de Inteligência Emocional, por exemplo, não faz muito sentido pagar para ficar escutando o professor falar sobre aquilo que já está nos livros. O que precisa é aprender como aplicar a IE em situações críticas do seu cotidiano. De alguma forma, despertar o “Eureka!”.

Na hora em que você for se inscrever num próximo curso, procure saber em detalhes quem vai conduzi-lo, quais os aprendizes que estarão com você e, principalmente, qual será a metodologia aplicada. Eles valorizam a presença de um mentor ou do “sábio no palco”? Os participantes são escolhidos a dedo ou quem paga entra automaticamente? E focalizam o aprendizado que faz a diferença ou a transmissão de conteúdo?

Se você chegar à conclusão de que vai pagar por conhecimento explícito, caia fora. Eles ainda continuam usando a caixa de ferramentas de 30 anos atrás.

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