Vou começar a coluna de hoje com uma pergunta: qual é a coisa mais importante que você ainda precisa fazer – ou deixar de fazer – para impulsionar a sua carreira a um outro nível? Antes de prosseguir a leitura, pense a respeito durante um minuto.
Se você é alguém que não costuma dedicar tempo a esse tipo de reflexão nem conversa muito com o chefe acerca do seu desempenho, é bem provável que guarde dúvidas razoáveis quanto ao ponto crítico que realmente precisa ser atacado.
Em contrapartida, pensar e falar muito sobre esse assunto não é garantia de clareza. Já encontrei gente com tamanha inquietude e vontade de fazer acontecer que acaba se mexendo para todos os lados, mas sem resultados práticos. A sua lista de coisas a fazer é tão grande e desconexa que causa espanto em vez de admiração. A pessoa parece uma barata tonta, como se diz por aí.
Faço votos de que você seja membro de uma outra categoria de profissionais: aqueles que realmente sabem qual é o principal ponto de melhoria capaz de alavancar a própria carreira. Ou seja, alguém consciente de qual montanha vale a pena subir.
Henry Kissinger defendia algum tempo atrás:
“O sucesso resulta de cem pequenas coisas feitas de forma um pouco melhor. O insucesso, de cem pequenas coisas feitas de forma um pouco pior”.
Porém, o que ele não disse é que se você ignorar “a coisa” dentre as cem, o ápice do seu sucesso será modesto.
Para alguns de nós, a coisa mais importante pode ser tornar-se um bom líder de equipe. Para outros, obter sucesso em um projeto-chave que quase todo mundo julga ser complicadíssimo de tirar do papel. Ou, ainda, aprender a se comunicar melhor durante apresentações executivas a ponto de impressionar a diretoria positivamente.
Talvez o seu caso esteja ligado ao domínio de um segundo idioma. Sem isso, você não progredirá mais na empresa onde trabalha de jeito nenhum. Ou pode ser que o “pulo do gato” passe por formar um sucessor o quanto antes porque ninguém terá a coragem de promovê-lo enquanto houver dúvidas razoáveis sobre como será a condução daquilo que você hoje faz quando não estiver mais por perto.
Dias atrás, uma pessoa me disse: “Eu preciso criar uma conexão com o meu chefe logo, pois sinto que nós não gostamos um do outro e me dei conta de que ele é a pessoa que mais vai promover a consciência coletiva de que sou competente ou medíocre”. Na mesma hora, concordei a ponto de parabenizá-la pela lucidez. Como ensina o conhecido ditado: “A direção é mais importante do que a velocidade”. Não adianta ter um bom relógio se você não carrega uma bússola junto.
Por isso, te pergunto novamente: “Qual a coisa mais importante que você precisa fazer – ou deixar de fazer – para direcionar a sua carreira a um outro patamar a partir de hoje mesmo?”
Ouça a entrevista sobre esse mesmo assunto que fizemos na coluna da rádio CBN: