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Líder não é pai nem mãe

Precisamos superar a metáfora parental para que os líderes sejam realmente eficazes nas organizações

No mundo corporativo, a figura do líder muitas vezes é associada a um papel parental. Espera-se que ele(a) oriente, apoie e até discipline seus liderados diretos, assumindo uma função semelhante àquela exercida por um pai ou mãe na vida de seus filhos. No entanto, essa analogia nem sempre é apropriada. Líder eficaz não é substituto dos pais e sim o guia e facilitador de quem trabalha ao seu lado.

Nos primórdios da industrialização, os líderes muitas vezes desempenhavam arquétipos parentais sim, fornecendo segurança, proteção e até mesmo abrigo para seus funcionários. Contudo, à medida que as organizações evoluíram, ficou evidente que uma abordagem tipicamente paternalista é inapropriada na imensa maioria das vezes.

Um líder não pode e não deve ser responsável por suprir todas as necessidades dos seus subordinados, assim como um pai não pode viver a vida de seus filhos por eles. A verdadeira liderança reside em capacitar as pessoas a encontrarem soluções por si mesmas, a crescerem e a se desenvolverem profissionalmente. Isso envolve delegar responsabilidades, encorajar a autonomia e promover um ambiente de aprendizado permanente.

Líder eficaz não é substituto dos pais e sim o guia e facilitador de quem trabalha ao seu lado.
Wellington Moreira

Além disso, enquanto os pais muitas vezes têm um vínculo emocional profundo com seus filhos, um líder precisa manter uma certa distância emocional para tomar decisões imparciais e objetivas. Isso não significa ser insensível ou frio, mas sim ter a clareza e o equilíbrio necessários para focalizar aquilo que é melhor para a equipe e a organização como um todo.

O papel dos pais é proporcionar amor, orientação e apoio para o desenvolvimento saudável dos seus filhos a fim de prepará-los para viver em sociedade. Já os líderes empresariais são imprescindíveis para inspirar, guiar e capacitar as pessoas a trabalharem de modo colaborativo para que a companhia alcance os objetivos que irão sustentá-la.

Em contrapartida, também é importante reconhecer que os colaboradores não são seus filhos. Você até pode agradá-los inicialmente ao agir de um jeito superprotetor ou permissivo, no entanto com o passar do tempo essa conduta também gerará ressentimentos, frustração e a atrofia do potencial de quem trabalha com você. Ainda mais quando os liderados começam a se sentir subestimados e infantilizados.

O papel do líder se confunde com a figura parental porque os dois geralmente evocam a dinâmica de autoridade que aprendemos em nossa primeira infância e que norteia outras relações, como a que mantemos com professores, líderes religiosos e governantes. Mas, como se diz,
uma coisa é uma coisa e a outra coisa é outra coisa.

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