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A covardia na liderança

Quando o medo de se posicionar custa mais do que o conflito que se evitou

A covardia na liderançaCoragem é a principal virtude que um líder pode cultivar. Porém, no mundo real das empresas, o que não falta é gente que se omite, que se esconde atrás do e-mail, que adia decisões difíceis ou que simplesmente finge que não vê o problema para evitar conflito. E isso tem outro nome: covardia.

Quando um líder deixa de dar um feedback necessário, por medo da reação do colaborador, isso é covardia. Quando ele ignora atitudes tóxicas de um funcionário que entrega resultado, mas destrói o clima organizacional, isso é covardia. Quando não enfrenta conversas duras com seus pares ou o superior direto, isso também é covardia.

Segundo uma pesquisa global da consultoria Zenger/Folkman, 43% dos colaboradores dizem que o que mais mina sua confiança nos líderes é justamente a falta de coragem para lidar com questões difíceis que exigem um claro posicionamento e firmeza para bancar a decisão tomada.

Não é raro encontrarmos líderes que, diante de uma decisão impopular, escolhem se esquivar, dizendo que a escolha “veio de cima” ou que “não puderam fazer nada”. Isto é, gente que esquece que seu papel às vezes implica lidar com a cara feia de alguns e segurar a barra que vem junto.

Outro exemplo comum é o do líder que terceiriza suas responsabilidades na hora em que as coisas dão errado, jogando os fracassos no colo da equipe em vez de assumir seus erros. O tipo de atitude que, além de desleal, é profundamente desmotivadora.

Também é covarde o líder que se cala diante de injustiças. Sabe que há assédio, sabe que há racismo velado, machismo, desigualdade – mas prefere não se envolver. Muitas vezes diz que “não é problema dele” ou que “não quer comprar essa briga”. Pois deveria. Uma liderança que se omite diante do que é claramente errado, não é neutra: é conivente.

Portanto, coragem, aqui, não tem nada a ver com ser agressivo ou autoritário. Trata-se de ter firmeza de caráter, disposição para conversar o que precisa ser conversado, e atitude para fazer o que é certo mesmo que isso custe algum desconforto. É bancar decisões, defender seu ponto de vista e, principalmente, se responsabilizar pelas consequências.

“O líder corajoso nunca silencia sobre as coisas que importam”  Brené Brown 

Toda empresa precisa de líderes mais corajosos — e menos diplomáticos ao extremo. O medo da rejeição, o receio do desgaste e a busca constante por aceitação têm minado o potencial de muitos gestores. Afinal, liderar é, no fundo, escolher o caminho certo mesmo quando ele não é o mais fácil.

A liderança covarde protege o próprio conforto. A liderança corajosa protege a cultura da empresa, o bem-estar das pessoas e o futuro do negócio. Como ensina a escritora Brené Brown: “O líder corajoso nunca silencia sobre as coisas que importam”.

Pense nisso!

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Wellington Moreira

Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Como desenvolver líderes de verdade” (Ed. Ideias e Letras), “Líder tático” e “O gerente intermediário” (ambos Ed. Qualitymark).

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