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O papel do líder perante a crise

Saiba quais posturas um gestor deve assumir em tempos turbulentos como o atual

Mais do que a crise macroeconômica, o que vem afetando – e muito – as organizações é a crise de confiança que os dirigentes empresariais vêm demonstrando neste momento atual. É claro que o cenário de mercado dificulta o desempenho de uma série de companhias, mas não podemos esquecer que há empresas sustentando seu crescimento graças à capacidade que seus líderes têm de fazer as coisas certas neste período onde incerteza é regra.

Ao mesmo tempo, se a liderança em tempos de crise exige uma série de habilidades, o quadro atual apresenta um facilitador: as pessoas estão mais dóceis às orientações recebidas por seus líderes. E isto é bastante normal, pois quadros de insegurança como estes impelem as pessoas a buscarem alguém que lhes mostre o caminho. O lado ruim desta história é que estes mesmos líderes encontram-se muito expostos, isto é, os olhares estão todos voltados às suas ações e tanto são considerados bestiais quanto bestas, dependendo do resultado de suas intervenções.

Quando as pessoas consideram seu líder um super-herói organizacional cometem um grande equívoco, pois ninguém é infalível e a decepção certamente ocorrerá em algum momento se os anseios dos liderados não se concretizarem, mesmo que o trabalho tenha sido realizado como deveria. É o caso do presidente norte-americano Barack Obama que carrega sobre si as expectativas de povos dos cinco continentes e, de uma forma ou de outra, vai acabar decepcionando muita gente.

Mas, será que há uma receita de sucesso para tempos tão turbulentos? Se há, ninguém sabe, entretanto alguns passos precisam ser trilhados pelos gestores organizacionais.

O primeiro é tomar as decisões que estão sob sua responsabilidade sem adiá-las só por causa de uma manchete negativa do telejornal noturno, por exemplo. A crise de confiança costuma levar os gestores ao adiamento de todos os tipos de decisão, desde as pouco importantes até aquelas que definirão os rumos da companhia para os próximos anos. E por que isto ocorre? Porque a insegurança generalizada faz com que muitos deles esqueçam que chegaram até aquele posto justamente por sua capacidade profissional e arrojo ao tomarem decisões. Todavia, o custo maior da indecisão de hoje está nas consequências do amanhã, pois a demora na escolha de um caminho faz toda a diferença no momento da executar o que foi tardiamente definido. Os concorrentes agradecem.

Ainda, é necessário provocar o genuíno comprometimento dos colaboradores, algo que se conquista em pequenos gestos de otimismo que transmitem à equipe a certeza de que “crises passam” e todos sobreviverão. Parece piegas, mas as pessoas estão cansadas do negativismo coletivo instalado no país e tal estímulo serve para que acreditem em dias melhores e se entreguem à solução dos problemas ao invés de choramingá-los.

Quanto à comunicação, precisa ser firme, segura e clara. Frente a uma crise não há nada pior do que fazer parte de uma equipe que pouco sabe do que está acontecendo e não possui noção alguma do norte que a empresa seguirá. Além disto, se as notícias forem ruins, é melhor que as pessoas saibam pela voz de seus líderes e não por causa das conversas de corredor.

Por fim, o líder deve tratar os problemas que realmente importam, delegando a outras pessoas a resolução de questões periféricas. Para isto, é importante que conte com funcionários cujas competências suprem suas principais carências e têm a capacidade de oferecerem resultados de curto prazo. Melhor ainda se estes profissionais puderem ser flexíveis o bastante para enfrentar as mudanças que certamente virão.

Crises são oportunidades disfarçadas e, além disto, esta não é a primeira e não será a última crise pela qual as organizações brasileiras passarão neste início de século. Sigamos em frente!

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