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O desafio vai além de uma boa contratação

Alguns profissionais recém-chegados não permanecem nas empresas por falta de líderes que realmente os ajudem a dar certo em seu novo trabalho.

plant-treesConstantemente escuto gestores reclamarem sobre dificuldades que enfrentam ao tentarem reter colaboradores que chegaram há pouco tempo, mesmo quando o processo de recrutamento e seleção foi bem conduzido, as perspectivas de crescimento na empresa são visíveis e o pacote de remuneração parece atrativo.

O que mais poderia ser feito, então, para evitar que esses profissionais desistam da empresa precocemente – e antes mesmo que o líder possa perceber traços visíveis de insatisfação? Pense nas práticas que funcionam no plantio e cultivo de uma árvore.

Se você já teve a oportunidade de plantar a sua, sabe que o primeiro passo é selecionar a espécie adequada, levando em consideração fatores como as condições do local, a existência de calçadas ou gramados, o tipo de solo (úmido, seco, raso ou profundo) e o clima da região.

Ainda, previamente deve se certificar de que não existem formigas cortadeiras no local, pois elas podem acabar com a frágil planta em pouquíssimo tempo. E uma dica valiosa: pouco antes de colocar a muda na sua cova, procure retirá-la do recipiente que a acondiciona; caso contrário, a raiz não se desenvolverá, mesmo com todas as demais condições propícias.

Agora sim, plante a pequena árvore sem esquecer que, depois de todo esse processo, é preciso protegê-la e garantir as condições adequadas para o desenvolvimento da muda. Ou seja, regá-la constantemente, adubá-la, limpar galhos mortos, protegê-la do ataque de formigas e, principalmente, ter muita paciência.

No ambiente corporativo o processo é semelhante. Os colaboradores recém-contratados são como uma jovem árvore que, além de potencial interno de desenvolvimento, precisam ser alocados em áreas nas quais a infraestrutura, o clima organizacional e os desafios propostos sejam compatíveis com as competências que carregam e a empresa identificou durante o processo seletivo.

Quando a companhia não está preparada para receber novos colaboradores, torna-se terreno fértil para que estas mesmas pessoas se desmotivem rapidamente e tomem a decisão de sair ou, pior, permanecer na organização para desempenhar mais adiante o papel de formigas cortadeiras que sepultam o entusiasmo daquelas que chegarem depois delas.

Aliás, é exatamente por se sentirem desconectados com o trabalho que realizam que muitos indivíduos hoje em dia renunciam ao cargo sem pensar muito. E já não são raros os relatos de quem tem caído fora depois de apenas alguns dias ou mesmo horas no novo posto.

Os líderes precisam compreender que ao contratarem uma pessoa, também contratam sua experiência profissional e, a tiracolo, os vícios adquiridos em trabalhos anteriores. Por isso é necessário remover o “recipiente” de forma que este novo colaborador possa desenvolver raízes fortes que possibilitem a superação dos “ventos fortes”, da “seca” e dos demais fatores que podem comprometer seu sucesso na empresa.

A partir daí o trabalho é criar condições para que este novo profissional faça acontecer. Na prática isto significa orientá-lo, fornecer feedback positivo e/ou corretivo – aparar suas folhas, por exemplo – sempre que necessário, escutar aquilo que ele tem a dizer e encorajá-lo a superar seus limites. Sem esquecer que tudo isto tem de ser feito com tempo bom ou chuva torrencial.

Essas práticas não garantem a certeza de bons frutos nem a permanência das pessoas durante um tempo prolongado, mas não tenha dúvida de que evitam um fracasso retumbante de quem ingressa na sua organização.

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