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Como se constrói um CEO de verdade

Compreenda as cinco principais características de quem chega ao topo de uma grande empresa.  

ceoCEO é uma daquelas siglas em inglês que exercem um considerável fascínio dentro do universo corporativo. Mas, o que significa ser um Chief Executive Officer e presidir uma empresa de grande porte?

Significa estar no centro do poder, ter autonomia para tomar decisões de alto impacto que poderão perpetuar a empresa – ou fechar suas portas –, muitas vezes sentir-se só em meio à multidão e ainda correr o risco de ser demitido pelo Conselho de Administração a qualquer momento se o resultado do último trimestre não foi dos melhores.

No imaginário popular, o CEO é aquele tipo de executivo bonachão que tem um trabalho fácil, manda nos outros e ainda por cima ganha muito bem para não fazer quase nada. A verdade é que, fora raras exceções, ele trabalha pelo menos doze horas diárias, tem de equilibrar os interesses de muitas pessoas e realmente ganha muito bem (em média, R$ 90 mil mensais, mais R$ 845 mil de bônus anual).

Este seleto grupo de executivos brasileiros é composto por um perfil muito claro: 95% são homens, têm em torno de 52 anos, metade fez carreira na própria empresa antes de se tornar o big boss e permanecerão no cargo mais ou menos quatro anos. Mas, como alguém que chega ao topo constrói a sua trajetória profissional? Tive a oportunidade de trabalhar com alguns destes executivos e identifico cinco características comuns à maior parte deles.

Antes de mais nada, os CEO’s têm uma sólida formação educacional. Cursaram uma boa universidade, fizeram um MBA de verdade, falam duas ou três línguas fluentemente, frequentam cursos no exterior e costumam ler bastante.

Eles também escolheram ser multiexperientes. Ignoraram a tentação de construir uma carreira linear e funcional, como é o caso de quem trabalha com vendas a vida toda e quando chega a diretor comercial descobre que alcançou o topo máximo porque seus parcos conhecimentos de finanças e gestão de pessoas impedem voos mais altos.

Outra questão importante é o histórico de desempenho excepcional. O CEO de hoje é aquele tipo de profissional que sempre alcançou resultados acima da média ao longo da carreira, demonstrou potencial para cargos mais desafiadores no curto prazo e deu conta do recado quando a oportunidade apareceu. Ou seja, mostrou-se mais apto dentro do processo de seleção natural darwiniano.

Também são indivíduos com inegável competência relacional. Conseguiram fazer com que pessoas importantes confiassem neles e lhes dessem a chance de mostrar seu valor, facilitaram o trabalho de seus chefes e criaram situações nas quais os outros se sentiam em débito. Colheram muito mais admiradores do que inimigos.

E, especialmente, tiveram disposição para “pagar o preço” no curto prazo. Não se negaram a deixar sábados e domingos para trás, ficaram longe da família em momentos importantes e muitas vezes colocaram a saúde de lado. Mais: moraram fora do país, aceitaram trabalhar em lugares onde eram vistos com total desconfiança e não eram resistentes ao serem expatriados inesperadamente para um novo desafio.

Com este breve relato dá para entender que muitas pessoas não chegam ao topo de uma grande empresa por diferentes motivos. Alguns não possuem a formação necessária quando a oportunidade aparece. Outros têm medo de sair da zona de conforto de sua área funcional e, por conseguinte, não desenvolvem as competências necessárias para adquirir a visão sistêmica que todo CEO precisa ter.

Alguns não alcançam resultados tão expressivos assim nos cargos atuais para que os superiores avaliem seu nome para posições mais complexas. Também existem aqueles que são competentes, mas não conseguem conquistar importantes aliados em sua trajetória profissional. E é claro, a maior parte das pessoas não está disposta a pagar o preço hoje por algo que “talvez” renderá frutos mais adiante.

A carreira de CEO tem seus privilégios sim, mas poucas pessoas estão capacitadas e aceitam o ônus que este tipo de posição exige.

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