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Lições de liderança que aprendi com os meus filhos pequenos

Inúmeras vezes eu já tomei decisões no trabalho com base naquilo que aconteceu dentro de casa.

Os papéis de pai e mãe são uma fonte inesgotável de episódios que geram aprendizados para a vida toda, inclusive quando focalizamos o tema liderança. Inúmeras vezes eu mesmo já me peguei tomando decisões no trabalho com base naquilo que aconteceu dentro de casa.

E como os meus filhos ainda são pequenos (um tem 11 anos e o outro apenas cinco), vou compartilhar com você um pouco daquilo que aprendi até o momento. Sim, eu sei que ainda vem muito mais pela frente.

As lições são estas:

1) Fuja da incoerência. Você não pode falar uma coisa e fazer outra, pois até mesmo uma criança pequena percebe quando nosso discurso é desconexo com a prática. E no dia a dia de líder, lembre-se que as pessoas só irão respeitá-lo se você for coerente. Ou seja, dê um bom exemplo!

2) Não faça promessas sobre questões que não dependem só de você. As crianças nos veem como incoerentes quando nossas juras não saem do papel, ainda quando o recuo foi provocado por terceiros. No trabalho ou em casa, exercer influência por meio de promessas costuma ser uma armadilha.

3) Enfrente o novo com leveza. As crianças encaram as mudanças com muito desprendimento e naturalidade a partir de uma lógica descomplicada. Diante de um desafio, em vez de pensarem que não vai dar para fazer, logo raciocinam: “Como eu resolvo isso?” O exercício da liderança exige a mesma mentalidade.

4) Saiba usar o poder que você tem. Tanto na relação com as crianças quanto com os adultos é muito tentador recorrer à transação, pressão, imposição ou o ultimato, como formas de submeter o outro à nossa vontade. Porém, qualquer relacionamento baseado em “quem manda sou eu” logo se deteriora.

5) Seja um bom ouvinte. Muitas vezes, o que nossos filhos esperam é que simplesmente sejamos capazes de escutá-los com atenção. Aliás, como eles se deliciam quando deixamos o celular de lado para ouvi-los falar sobre o joguinho que tanto gostam, aquilo que aprenderam na escola etc. Escutar com empatia é uma das principais virtudes na relação com os filhos, clientes, liderados diretos, pares ou superiores.

6) Faça a coisa certa, mesmo quando a decisão for impopular. É comum que os meus filhos fiquem bravos ou chateados porque restringi o acesso deles à TV ou ao computador ou, ainda, pedi para estudarem ou tomarem banho. As decisões mais importantes de líderes que buscam promover o bem comum também tendem a soar como impopulares, pelo menos num primeiro momento.

7) Proteja, mas sem colocar todo mundo em uma redoma. Nossos filhos necessitam saber que estamos por perto se eles precisarem, mas não podem ser poupados dos perrengues que eles mesmos devem resolver por conta própria. É assim que as crianças e os colaboradores que trabalham conosco amadurecem.

Como ensinava o médico e escritor Içami Tiba: “Criar uma criança é fácil, basta satisfazer-lhe as vontades. Educar é trabalhoso”. Então, enquanto damos afeto e os educamos, por que não aproveitar aquilo que acontece a fim de também aprendermos com eles?

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