Há algum tempo tenho uma coluna na rádio CBN na qual de vez em quando respondo dúvidas que os ouvintes encaminham para a redação. Assim, consigo abordar os temas que realmente interessam às pessoas que acompanham as minhas entradas ao vivo.
Na última semana, a pergunta foi essa: “Tenho me sentido esgotado. Colaboradores solicitam o meu apoio o tempo todo, entrando na minha sala, me perguntando coisas bobas. Não faço o meu trabalho e ainda tenho que fazer o deles. Isso é sinal de insegurança das pessoas?”
Bem, vamos lá! A frequente necessidade que algumas pessoas têm de recorrerem ao seu líder pode ser resultado de diversos fatores e, não necessariamente, uma prova cabal da fragilidade do colaborador. Aliás, às vezes, a insegurança é o fruto nefasto e não a causa.
Caso aconteça algo parecido na sua relação com os liderados diretos, considere três hipóteses:
1) Falta direcionamento
Neste caso, os colaboradores buscar receber orientação com frequência devido às dúvidas que eles têm sobre a natureza do trabalho a ser feito. Algo que costuma vir de falhas de comunicação, como instruções ambíguas. Porém, também não podemos esquecer que a complexidade das tarefas ou a falta de treinamento adequado pode fazer com que as pessoas permaneçam “grudadas no pé do líder” a fim de se certificar que estão no caminho certo.
2) Você é controlador ou paternalista
Desempenhando um papel que cria dependência excessiva nos colaboradores diretos em vez de promover o senso de autonomia e a responsabilização pessoal de cada membro do time. Resultado: quase todo mundo se sente obrigado a buscar aprovação ou orientação direta até mesmo nas tarefas mais banais.
3) As pessoas precisam conhecer os limites
Você não necessita estar disponível sempre que alguém demanda atenção – e é importante dizer isso a elas. Além disso, existem momentos no qual o trabalho de liderança envolve atividades de alta concentração e é de bom grado explicar para todos que, por exemplo, você ficará recluso na tarde de hoje para terminar uma tarefa importante e só vai responder às demandas internas a partir de amanhã.
Portanto, a insegurança individual pode ser um fator, mas a dinâmica de condução da equipe, a cultura organizacional e o estilo de comunicação do líder também têm impacto na frequência com que as pessoas buscam suporte.
E sempre é bom lembrar que um equilíbrio saudável entre confiança, autonomia e apoio é essencial para garantir que as interações entre você e sua equipe sejam cada vez mais harmônicas, produtivas e enriquecedoras para todos.
Pense nisso!
Ouça a entrevista sobre esse mesmo assunto que fizemos na coluna da rádio CBN: